A União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência das Nações
Unidas responsável por manter os padrões de horários entre os países,
decidiu adiar até a próxima semana a decisão sobre colocar ou não um
segundo a mais em 2012. Alguns países, liderados pelos Estados Unidos,
querem o fim da prática de sincronizar relógios com a adição de um
segundo. Outros, como o Reino Unido, a defendem.
Esse segundo a mais, também chamado de “segundo extra” ou “segundo
bissexto”, é adicionado ou retirado de um ano para sincronizar os
relógios com a rotação da Terra.
A última vez que isso aconteceu foi em 31 de dezembro de 2008. A
próxima adição de um segundo está prevista para 30 de junho de 2012.
O porta-voz da UIT, Sanjay Acharya, informou que os governos não
conseguiram chegar a um consenso sobre o assunto e devem voltar a
debater o tema em Genebra na próxima semana. Segundo ele, no entanto, é
provável que uma decisão formal sobre a abolição dos segundos extras não
saia antes de 2015.
Entenda
A questão é fruto do “excesso de
pontualidade” dos relógios. Os horários oficiais dos países são
controlados por relógios atômicos, que são extremamente precisos. O
problema é que a própria Terra não é tão precisa quanto eles.
Um “dia” é, astronomicamente, determinado pelo tempo que a Terra leva
para dar uma volta completa em torno de seu próprio eixo. Só que esse
movimento não tem uma velocidade fixa. Às vezes a Terra é um pouco mais
rápida; às vezes, mais devagar. Ao longo dos anos, essa variação deixa
nosso horário desatualizado.
O segundo extra em 2012 seria colocado ao final do dia 30 de junho, no
horário universal (GMT). Ou seja, o dia 1º de julho não começaria após
23 horas, 59 minutos e 59 segundos do dia 30 – ele começaria após 23
horas, 59 minutos e 60 segundos.
Pode parecer pouca coisa, mas os pesquisadores explicam que, sem esses
ajustes, ao longo de algumas centenas de anos, os relógios podem ficar
completamente fora de sincronia. Ou seja, o que para a gente seria
meio-dia, poderia ser, na verdade, 10h da manhã.
Estados Unidos, França e Japão, entre outros, são contra essa
sincronização porque ela atrapalha funções importantes controladas por
computadores – como comunicações, transações financeiras e controles de
tráfego e energia. Eles defendem que o horário na Terra seja controlado
apenas pelos relógios atômicos – sem ligação com a rotação terrestre.
Reino Unido, Canadá e China defendem a sincronização.
Fonte: G1, em 19/01/2012
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