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sábado, 5 de dezembro de 2009

The Great Global Warming Swindle

Galera, esse é um tema para o qual eu gostaria de ver um debate mais qualificado: em quanto o ser humano é realmente responsável pelo aquecimento global?

Tenho uma tese e lembre-me dela quando conheci hoje o filme "The Great Global Warming Swindle" [A Grande Farsa do Aquecimento Global], produzido originalmente para a TV, pelo britânico Channel Four. Apesar de o título ser uma paródia ao filme "The Great Rock'n'Roll Swindle" - que tem a banda punk como Sex Pistols como personagens principais -, é um documentário sério, dando voz a diversos cientistas que estudam sobre o tema.

Para saber sobre o filme, indico a leitura de http://www.greatglobalwarmingswindle.co.uk/ e http://www.independent.org/newsroom/article.asp?id=1945.

Bom, vocês podem me perguntar: esses caras são loucos? Até o mundo mineral sabe que o aquecimento global foi causado primeiro pelo CFC (lembram dele, das geladeiras?) e depois pelo gás carbônico, o grande vilão da atuaidade...

E será que sabe mesmo? Sempre me questionei até que ponto o interesse econômico passa pela verdade. Vamos refletir... Quando o vilão era o CFC, que atacava a camada de ozônio, todos tivemos que trocar nossas geladeiras e ar-condicionados. E quem lucrou com isso?

Hoje, o uso abusivo da água e a produção de CO2 são os novos vilões... E lá surge um mercado latente de torneiras que se fecham automaticamente, lâmpadas de menor consumo - e maior preço - sendo impostas por lobbies, carros flex que você PRECISA ter...

Até quanto interessa aos ditos países de primeiro mundo que os em desenvolvimento abram indústrias, saiam da condição de produtores de matéria-prima para manufatores (existe essa palavra? re, re, re...)? Curioso que poucos falam do impacto ambiental da produção agrícola e pecuária....

Não podemos negar o impacto ambiental de nossas ações - e por tal precisamos e devemos respeitar o meio-ambiente, já que sobrevivemos dele -, mas somos mesmo os responsáveis pelo aquecimento global? Não é esse apenas um processo cíclico do universo?

Abro o debate e posiciono: Tudo é capitalismo, tudo é dinheiro, tudo é mercado!

Vejam oi filme aí embaixo, em capítulos, pelo Youtube!!

ABRAÇOSSSS
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MBA em Gestão Estratégica - Aulas 7 e 8 de 8

Pessoal,

Eu estive viajando nos últimos dias, prestando diversas consultorias no tema Gestão Estratégica pelo país afora. Por isso, para garantir a realização do nosso calendário, eu vou dar uma acelerada e juntarei as aulas 7 e 8 em uma única.

Na semana que vem, começam os exames finais... Assim, boa sorte a todas e todos! Espero não vê-los mais nessa turma no próximo ano, pois 3 vezes já será demais!!

Sucesso e bons negócios!!!
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AULA 7
Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:

- "Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?"

O corvo responde: - "Claro, porque não?"

O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.

Conclusão:
Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar no topo.

AULA 8

Um fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade, pega um balde vazio e segue rumo as árvores frutíferas. No caminho ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas que provavelmente invadiram suas terras. Ao se aproximar lentamente, observa várias belas garotas nuas se banhando na lagoa. Quando elas percebem a sua presença, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam:

- Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e for embora.

O fazendeiro responde:

- Eu não vim aqui para espiar vocês, eu só vim alimentar os jacarés!

Conclusão:
A criatividade é o que faz a diferença na hora de atingirmos nossos objetivos mais rapidamente.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MBA em Gestão Estratégica - Aula 6 de 8

Galera

Sabe como são aqueles professores "das antigas", que dão aula cheio de ficha na mão? Então, acabei de me sentir um agora: PERDI UMA AULAAAAA!!

Assim, como um bom mestre, sempre pensando no melhor da classe, a aula faltante não vai fazer parte da prova final!!! Uma matéria a menos para vcs estudarem... Mas a aula 6, aí embaixo, tem um fundo filosófico que vale apreciar por todo o final de semana.

Entào, divirtam-se! E até segunda, com a penúltima aula!!


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Na África todas as manhãs o veadinho acorda sabendo que deverá conseguir correr mais do que o leão se quiser se manter vivo.

Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deverá correr mais do que o veadinho se não quiser morrer de fome.

Conclusão:
Não faz diferença se você é veadinho ou leão, quando o sol nascer você tem que começar a correr.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MBA em Gestão Estratégica - Aula 5 de 9

Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e na rua encontram uma antiga lâmpada a óleo. Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio. O gênio diz:

- Eu só posso conceder três desejos, então, concederei um a cada um de vocês!!!

- Eu primeiro, eu primeiro, grita um dos funcionários, eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida"

...Pufff e ele foi... O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:

- Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de pina coladas!!!

Puff e ele se foi ...

- Agora você - diz o gênio para o gerente.

- Eu quero aqueles dois de volta ao escritório logo depois do almoço para uma reunião!

Conclusão:
Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caso Márcio X Continental (capítulo 2)

Como eu previa, a história vai ser longa....

Hoje a Continental me respondeu a reclamação que formalizei ontem (VER em: http://terrapapagalli.blogspot.com/2009/11/minha-geladeira-quebrou-e-o-atendimento.html).

Olha a resposta padrão, dizendo que eu me ferrei mesmo:

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Caro Sr. Márcio,

Bom Dia!

Agradecemos a mensagem enviada e orientamos a agendar uma visita com o Serviço Técnico Autorizado conforme orientado anteriormente, de acordo com a data de atendimento do mesmo. Nosso Serviço Técnico Autorizado funciona de segunda a sexta-feira das 8:00 às 18:00, ou seja, em horário comercial. Provavelmente sua região é uma região programada, e, não poderá ser atendido em outro dia da semana. A taxa de visita é cobrada após os 90 dias de garantia legal.

Restando alguma dúvida, estamos à disposição,

Cordialmente.

Regiane Dobri Camargo | Atendimento On-line

Serviço de Atendimento ao Consumidor Continental
Rua Barão Geraldo de Rezende, Nº 250 - Jardim Guanabara
CEP: 13020-440 - Campinas / SP
Tel: 0800 702 0053 / (11) 2126 1953
Visite nosso site: www.continental.com.br

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Bom, eu mantenho minha reclamação! E a campanha continua!!!

Principalmente porque eles não aceitaram fazer o registro da minha reclamação pelo 0800, um flagrante desrespeito ao Decreto 6523/2008 (VER em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6523.htm), em seu art. 10, parágrafo 2°.

Estou formalizando agora minha reclamação ao DPDC do Ministério da Justiça!

Logo divulgo novidades!

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Atualização: Acabei de reiterar a reclamação no SAC (via site, claro) da Continental.

texto a seguir:

Reitero reclamação 546171, pois a mesma não foi atendida, principalmente o flagrante desrespeito ao Decreto 6523/2008, em seu art. 10, parágrafo 2°. quando o 0800 não aceitou registrar minha reclamação!!

Fora que, com a resposta de vocês, produtos Continental nunca mais... E irei divulgar essa atitutde de vocês por todo o país, não tenham dúvidas...

MBA em Gestão Estratégica - Aula 4 de 9

Um homem está entrando no chuveiro enquanto sua mulher acaba de sair e está se enxugando. A campainha da porta toca. Depois de alguns segundos de discussão para ver quem iria atender a porta a mulher desiste, se enrola na toalha e desce as escadas.

Quando ela abre a porta, vê o vizinho Nestor em pé na soleira. Antes que ela possa dizer qualquer coisa, Nestor diz:

- Eu lhe dou 3.000 reais se você deixar cair esta toalha!!!

Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua. Nestor então entrega a ela os 3.000 reais prometidos e vai embora. Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher se enrola de novo na toalha e volta para o quarto.

Quando ela entra no quarto, o marido grita do chuveiro:

- Quem era ???

- Era o Nestor, o vizinho da casa ao lado, diz ela.

- Ótimo !!! Ele lhe deu os 3.000 reais que ele estava me devendo??

Conclusão:
Se você compartilha informações a tempo, você pode prevenir exposições desnecessárias.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

MBA em Gestão Estratégica - Aula 3 de 9

Um rapaz vai a uma farmácia e diz ao farmacêutico:

- Senhor, tem preservativo? A minha namorada convidou para eu ir jantar esta noite na casa dela.

O farmacêutico dá-lhe o preservativo e o jovem sai da farmácia.

De imediato, volta, dizendo:

- Senhor, é melhor dar outro, porque a irmã da minha namorada, é uma gostosona, e vive cruzando as pernas na minha frente Às vezes, até vejo suas entranhas. Acho que também quer algo, e como vou jantar hoje lá na casa delas...

O farmacêutico dá o preservativo e o jovem sai da farmácia. Mais uma vez, volta, dizendo:

- Senhor, é melhor dar outro, porque a mãe da minha namorada também é boa pra cacete. A velha, quando a filha não está por perto, vive se insinuando de um jeito que me deixa excitado, e como eu hoje vou jantar lá na casa delas...

Chega a hora da comida e o rapaz está sentado à mesa com a sua namorada ao lado, a mãe e a irmã à frente. Nesse instante entra o pai da namorada e senta-se também à mesa. O rapaz baixa imediatamente a cabeça, une as mãos e começa a rezar:

- Senhor, abençoa estes alimentos, bzzzz, bzzzz, bzzzz,.. damos graças por estes alimentos ....

Passa um minuto e o rapaz continua de cabeça baixa rezando:

- Obrigado Senhor por estes dons, bzzz, bzzz, bzzz......

Passam cinco minutos e prossegue:

-Abençoa Senhor este pão, bzzz, bzzz, bzzz,....

Passam mais de dez minutos e o rapaz continua de cabeça baixa rezando. Todos se entreolham surpreendidos e a namorada diz ao ouvido:

- Meu amor, não sabia que eras tão religioso...

- E eu não sabia que o teu pai era farmacêutico!

Conclusão:
Não comente os planos estratégicos da empresa com desconhecidos, porque essa inconfidência pode destruir a sua própria organização.

Caso Márcio X Continental (capítulo 1)

Atualizando o caso Marcio X Continental, que acredito deverá rolar em muitos capitulos (por isso comecei a numerá-los, para você não se perder...):

A Central de Atendimento da Continental entrou em contato comigo após o registro da reclamação no site e o começo da divulgação negativa nas redes sociais. Eles realmente não entenderam minha reclamação.

Me questionaram sobre endereço e modelo do refrigerador. E prometeram até amanhã me dar uma resposta a fim de agilizar o conserto...

Mas esse é só um dos problemas! E a ilegalidade do 0800 deles, que negou registrar reclamação? E vai resolver minha situação apenas? vão arrumar o processo interno deles ou os outros consumidores continuarão sofrendo da mesma maneira?

Essas são respostas que apenas o tempo (e os próximos capítulos dessa fantástica minissérie) dirá!!!!

Minha geladeira quebrou. E o atendimento da Continental e uma MERDA!

Galera,

Segue a reclamação que registrei hoje na Continental, sobre o PÉSSIMO atendimento deles.

Assim, minha indicação é: SE NÃO QUEREM SOFRER, NÃO COMPREM PRODUTOS DA CONTINENTAL. Eu, pelo menos, nunca mais comprarei...

Quero reclamar!!!
Por várias situações, que me fazem entender que vocês não querem um cliente, mas, sim, apenas, um comprador.
1. Minha geladeira quebrou na noite de 16/11.

2. Hoje, 17/11, liguei para a ÚNICA (uma só, para atender ao DF inteiro? que absurdo!!) autorizada aqui em Brasília e fui informado das seguintes situações absurdas:
a) Só pode ser agendado atendimento para as SEXTAS-FEIRAS (até lá, eu que me vire sem geladeira);
b) Esse atendimento SERÁ COBRADO, ao valor de R$ 45 para a visita (fora o conserto);
c) O agendamento é para o DIA (nem para um período - manhã ou tarde), o que me forçará a faltar no trabalho para receber o técnico!

3. Bom, com tudo isso - o item 2 já é uma reclamação, certo? - decidi contatar a Central de Atendimento de vocês. E TUDO PIOROU!!!!

4. Nela, a atendente me confirmou que todos os procedimentos são de acordo com o processo da Continental. Bom, pedi para registrar minha reclamação para ser encaminhada ao setor competente e o que ela me diz? "O senhor precisa acessar o site para registrar".

Que é isso? O 0800 de vocês não registra reclamação. Vcs sabem que vcs estão infringindo um decreto federal???

5. Bom, o q parece é que a Continental não quer clientes. Quer apenas compradores, é isso? Bom, saibam que a partir de HOJE nunca mais compro produtos da Continental e serei um forte divulgador CONTRA a empresa. Trabalho com redes sociais e Internet e isto estará registrado para me dar base à ação de MKT negativo. Espero que vcs reflitam a partir disso....

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Jantar de apoio à deputada Luiza Erundina

MBA em Gestão Estratégica - Aula 2 de 9

Um réu, condenado à prisão perpétua por assassinato em primeiro grau, consegue fugir ao fim de 25 anos na prisão. Ao fugir, entra numa casa, onde dorme um jovem casal.

O assassino amarra o homem a uma cadeira e a mulher na cama. A seguir, encosta o seu rosto ao peito da mulher levantando-se e saindo do quarto. Imediatamente, arrastando a cadeira, o marido aproxima-se da esposa e lhe diz:

- Meu amor, este homem não vê uma mulher há anos. Eu o vi te beijando o peito e já que ele se afastou um pouco, quero te pedir que cooperes com ele e faças tudo o que ele te pedir. Se ele quiser fazer sexo selvagem contigo, faça e finja que gosta. Por favor. As nossas vidas dependem disso!!! Seja forte, minha linda, eu te amo.

A jovem esposa diz ao marido:

- Querido, estou agradecida que pense assim! Este homem não vê uma mulher há anos, no entanto ele não me beijou o peito. Ele me disse no ouvido que gostou muito de você e perguntou se guardamos a vaselina no banheiro. Seja forte, meu lindo, eu também te amo muito.

Conclusão:
Não estar verdadeiramente informado pode trazer sérios inconvenientes. A informação atualizada e exata é fundamental para ter sucesso num eventual ataque de competência desleal e assim evitar surpresas desagradáveis.

domingo, 15 de novembro de 2009

MBA em Gestão Estratégica - Aula 1 de 9

Uma linda jovem foi passear com o seu namorado, quando ouviram uns empregados de uma obra gritar:

- Ô babaca, não vá passear, leva para um lugar escuro e come!!!

O rapaz, muito envergonhado, segue o seu caminho com a namorada e passam por um parque onde estão vários aposentados sentados, que ao vê-los começam a sugerir ao rapaz:

- De mãozinha dada com a gatinha? Você devia é levá-la para um motel, ô veadinho!!!!

O rapaz, cada vez mais envergonhado, decidiu levar a namorada para casa.

- Então até amanhã, meu amor!

A garota responde-lhe: - Até amanhã? Até nunca mais, surdo de merda!

Conclusão:
Escute e ponha em prática os conselhos dos consultores externos, pois são pessoas com experiência. E se não fizeres, a tua imagem de gestão empresarial ficará seriamente comprometida.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Só na swingueira!!!

Galera, fui ontem em um show de jazz MARAVILHOSO!!! Foi aqui em São Paulo, na Vila Madalena.

Foram duas big bands:

A primeira a Soundscape Big Band (veja vídeo Youtube com ela tocando Almirante Nelson - http://bit.ly/2MNwft). Arrebentou!

A segunda arregaçou tudo de vez! Foi a HeartBreakers (HB) Orchestra (veja vídeo Youtube - http://bit.ly/4mNiZm), que começou com Salsa e acabou em um swing arrasador!! Fantástico!!!

Os shows são parte de um projeto, promovido pelo Coletivo de big bands Elefantes (http://movimentoelefantes.com)! Quem mora em Sampa ou vem para cá, não pode perder... Tem show o mês todo!!

No domingo que vem, o show da HB é só com swing! E pela amostra de ontem, acho que vou pegar avião para cá de novo!!

Hoje, no Teatro da Vila tem o Projeto Meretrio (http://bit.ly/1eVC0V) e a Reteté Big Band (http://bit.ly/3sq3JQ). Vou estar lá!!!!!!!

E, em homenagem ao projeto, vou deixar aqui duas pérolas que a HB tocou ontem e deixou com água na boca para o domingo que vem!

O primeiro é do canadense Big Rude Jake, com Queer for Cat. E a outra é a enorme Peggy Lee, no clássico Fever!

DIVIRTAM-SEEE!!!!!!



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Perfil de Santos muda e área urbana pode crescer 100%

Do Jornal Valor Econômico, em 05/11/2009.

Depois de ver a venda de iates naufragar com a crise financeira mundial iniciada no ano passado, a fabricante MCP percebeu que seria melhor diversificar a carteira de produtos. Instalada na cidade paulista de Santos há 30 anos, a empresa decidiu destinar a recém-inaugurada fábrica na cidade vizinha do Guarujá para barcos de suporte a plataformas de petróleo e gás.

Há três meses, a MCP fechou um contrato de venda de três barcos para uma armadora que presta serviços à Petrobras, e já vislumbra um futuro próximo, em que esse tipo de embarcação represente 40% da produção. "Está surgindo a necessidade de atendimento à indústria de petróleo e resolvemos nos preparar para isso", diz Manoel Chaves, diretor da empresa.

A mudança de rota da MCP ilustra a transformação em andamento atualmente na economia da cidade de Santos. O município, historicamente voltado para o turismo e às atividades portuárias, tem sua direção alterada rumo aos poços de petróleo e gás na Bacia de Santos. A nova configuração do mercado da cidade deve fazer crescer não apenas a arrecadação pública e o faturamento privado, mas também a área urbana, que deve dobrar.

"É o melhor cenário de desenvolvimento dos últimos 50 anos e há uma percepção tanto da sociedade quanto da administração pública de que haverá uma mudança do perfil econômico da cidade", diz o prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB). Está próxima a data em que o mercado de petróleo vai superar a importância do turismo na cidade, e é possível acreditar que ultrapasse até a atividade portuária, responsável hoje por 15,55% das receitas municipais - 60% da arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) e 32% da de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O setor de petróleo e gás ainda é tímido na cidade, somando 12 empresas já estabelecidas, incluindo a Petrobras, e a prefeitura não tem o cálculo do quanto ele representa na receita. De qualquer forma, desde a entrada da Petrobras com seu escritório na cidade, em 2006, o orçamento do município passou de R$ 698 milhões para R$ 1,1 bilhão em 2009, uma alta de 58%. Para 2010, a expectativa é que chegue a R$ 1,3 bilhão.

A vocação da cidade de Santos é receber empresas voltadas para serviços, segundo o prefeito Papa, como o transporte de pessoas e materiais para as plataformas da Petrobras e manutenção de equipamentos. Durante a feira Santos Offshore, que ocorreu no fim de outubro, a Petrobras atendeu 320 empresas interessadas em fornecer produtos e serviços. A estatal cadastra as companhias para dar orientação sobre como elas podem se tornar fornecedoras. Desde 2007, foram cadastradas 74 empresas da Baixada Santista.

Não há espaço para a instalação de novas empresas na parte insular da cidade, onde 39 quilômetros quadrados (km2) já estão totalmente ocupados por 99% da população santista. Uma área de 29 km2 está sendo preparada para as novas empresas e para a expansão portuária do outro lado do canal, no território continental de Santos. "A nova área representa quase mais uma cidade. Temos a possibilidade de dobrar a área urbana em 20 anos", diz o prefeito.

O momento atual é de "extrema responsabilidade", segundo Papa. Após ter sido escolhida entre várias cidades, do litoral do Rio de Janeiro a Santa Catarina, para abrigar a sede da Unidade de Negócios da Petrobras, vem a responsabilidade de criar condições para o melhor aproveitamento deste mercado. Isso significa capacitar mão de obra e preparar a infraestrutura para atrair fornecedores.

Apenas de empregos diretos da Petrobras, são esperadas até 6 mil contratações a partir de 2012, o que equivale a um crescimento de 3% sobre a população empregada hoje. Soma-se a isso os empregos indiretos, impossíveis de calcular. Sabe-se apenas que o impacto será grande, e que entre os mil funcionários já contratados pela Petrobras até o momento, a importação de mão de obra foi preponderante. O esforço da prefeitura é para que as vagas futuras sejam ocupadas pela população local.

Para isso, as oito universidades presentes no município estão investindo em cursos na área de petróleo e gás, assim como as escolas técnicas. A prefeitura implementou dois cursos técnicos em escolas municipais. Segundo levantamento do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), a demanda total da Petrobras para profissionais qualificados até 2013 é de 207.643 pessoas no país, das quais 19.756 em São Paulo e 3.148 em Santos.

A prefeitura, porém, não acredita que o processo de desenvolvimento do mercado de petróleo e gás desencadeie um crescimento populacional forte na cidade. Há duas décadas Santos tem uma população estável, de cerca de 418 mil pessoas, por conta da saturação do espaço físico disponível e por um fenômeno de ocupação das cidades vizinhas, com imóveis menos valorizados, por pessoas empregadas na cidade portuária.

Segundo a prefeitura, apesar de Santos ter pouco mais de 20% da população da região, a cidade responde por mais de 50% dos empregos formais da Baixada Santista. "A concentração dos empregos sem os novos negócios já é maior em Santos. Esse comportamento tende a se manter em novos patamares", diz o prefeito. Dessa forma, não deve haver grande impacto nos serviços públicos. A maior preocupação da administração municipal é com a área de transportes, pois, segundo Papa, será preciso integrar melhor as cidades vizinhas para facilitar a circulação das pessoas.

De 2007 a 2009, a Baixada Santista, com 1,6 milhão de habitantes, foi a região do Estado de São Paulo com maior crescimento populacional, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ganhando um total de 64.655 moradores. Santos, porém, viu sua população diminuir 0,1% no mesmo período.

A expansão urbana na área continental, segundo a expectativa da prefeitura, deve ser de natureza comercial, sem grande impacto sobre o número de habitantes. "A população deve crescer, mas as maiores áreas serão voltadas para serviços e para atividades portuárias e retroportuárias", diz Papa.

A população local ainda não sente mudanças no perfil dos habitantes. Antônio Soares da Costa, 60 anos, é sócio de um bar tradicional ao lado da prefeitura, o Café Carioca. Diz que o seu público continua o mesmo. "São políticos, funcionários públicos, bancários. O prédio da Petrobras ainda é pequeno, não se vê muita mudança", diz ele.

Arlindo Quaresma, 86 anos, morador de Santos há 61 anos, já foi dono do Café Carioca. Aposentado, faz visitas a Soares para manter o costume de comer os pastéis famosos em Santos. Reclama que a cidade está largada, mas tem esperanças de que as coisas melhorem. "Se a Petrobras vier mesmo, o centro vai melhorar."

O taxista Jean Carlos Medeiros trabalha em um ponto próximo a uma das principais avenidas da cidade, a Ana Rosa, e não notou fregueses diferentes. "Por enquanto a gente ouve mais falar; pode ser que só daqui uns quatro anos a gente sinta uma mudança", diz.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O temor de FHC é fundado. Azeredo pode liquidá-lo

O valerioduto de Azeredo ou mensalão mineiro atuou no governo FHC. De fato, há inquéritos e processos, na moita, sobre o tema, para todo lado. A SMP&B e DNA atuaram na Fundacentro, no BB Visa e em vários outros órgãos da Administração Federal. O Ministro do Trabalho, Paulo Paiva, ligado ao tucanato mineiro, que comanda a Fundacentro, levou as ventosas de Marcos Valério para lá.

AS PESSOAS DO GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO LIGADAS AO QUE ACONTECEU NA FUNDACENTRO

Paulo Paiva - muito próximo de FHC - foi o ministro do trabalho dos tucanos. Indicou Marco Antônio de Abreu Rocha para diretor administrativo e financeiro da Fundacentro.

Humberto Carlos Parro, do PSDB, também amigo de FHC, passou a dirigir a Fundacentro. Depois, ocupou cargo na Emplasa, do governo de Alckmin. Parro é o principal réu na Ação Civil Pública iniciada em abril de 2002 pela procuradora da República, Isabel Cristina Groba Vieira. Parro é acusado de ter ratificado e homologado uma licitação fraudulenta, que permitiu “às duas empresas de publicidade ‘um estrondoso enriquecimento ilícito’” e de não ter fiscalizado a execução dos contratos, dando margem a orçamentos forjados que foram produzidos, pagamentos por serviços não executados e superfaturados, honorários indevidos.

Marco Antônio Seabra de Abreu Rocha é o segundo réu. Passou a ser diretor administrativo e financeiro da Fundacentro. Foi indicado por Paulo Paiva, via Hélio Garcia. Tinha delegação especial de Parro para autorizar isoladamente o pagamento de qualquer tipo de despesa.

José Carlos Crozera – na época assessor de comunicação da Fundacentro – é o terceiro Réu.

O desvio de dinheiro público da Fundacentro é alvo de investigação "congelada" na Justiça Federal.

Da mesma forma, o inquérito judicial da Lista de Furnas encontra-se congelado na justiça Federal do RJ. O juiz do caso decretou segredo de justiça para o inquérito judicial é botou a bunda em cima do processo, apesar dele somar provas irrefutáveis daquele caixa dois. Os tucanalhas possuem fortes tentáculos no judiciário, conseguindo paralisar as principais investigações contra eles.

"No caso Eduardo Azeredo, que caiu nas "mãos erradas" do ministro Joaquim Barbosa, os tucanalhas deram Azar" e correm riscos. Joaquim Barbosa já teria preparado contudente parecer a favor da aceitação da denúncia do MPF. Porém, os tucanos contam ainda com o trunfo de Gilmar Mendes para segurar o processo. É que cabe ao presidente do STF, que comanda e protela a agenda do plenário do STF para exame do caso, fixar a data para a apresentação do parecer de Joaquim Barbosa. Os tucanalhas lutam para que nada se faça antes das eleições. O temor de FHC é fundado, Azeredo pode liquidá-lo.

Fonte: Mensagem recebida por e-mail (autor Cafe Bleau - cafebleau@yahoo.com.br) em 26 OUT 2009.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quando morre um anarquista

Quando morre um anarquista
Se quebra uma lança
Uma flor seca
Choram os homens íntegros

Quando morre um anarquista
Algo se apaga
O ar desaparece
Se reúnem as estrelas
E o acompanham
Na última viagem

Quando morre um anarquista
A liberdade perde força
A justiça se afasta
A poesia se quebra
Adoece a esperança.

Quando morre um anarquista
Todos os párias do mundo
Morrem um pouco

A. Jimenez
agência de notícias anarquistas

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Importância da Radiodifusão Comunitária para a democratização da Comunicação

As rádios comunitárias são a maior e mais ampla experiência de democratização da comunicação no Brasil pós redemocratização. São milhares de emissoras que levam informação e promovem a cultura local em milhares de municípios. Muitas cidades têm na rádio comunitária a única emissora local. A radiodifusão comunitária faz o enfrentamento cotidiano ao monopólio da comunicação, seja difundindo informações de interesse das comunidades, que os meios de comunicação privados não divulgam, seja enfrentando as campanhas difamatórias dos donos da mídia (tipo “rádio comunitária derruba avião”) e, principalmente, mostrando que uma outra comunicação é possível.

Entretanto esta experiência radical de democratização da comunicação tem enfrentado a dura repressão policial do Estado brasileiro. Cinco mil comunicadores populares condenados, criminalmente, por operarem rádios comunitárias sem licença e 100 milhões de reais em equipamentos apreendidos. Esta é a retribuição que o Estado dá para milhares de pessoas de bem que tem como único objetivo criar um meio de comunicação democrático, a serviço de suas comunidades. Toda esta situação é motivada por uma legislação criada para inviabilizar as radcons e pela lentidão na analise dos processos de solicitação de outorga.

A I Conferência Nacional de comunicação – CONFECOM – representa uma oportunidade para começar a mudar esta situação. Para preparar a participação das rádios comunitárias na Conferência a ABRAÇO Nacional organizou a I Conferência Livre Nacional de Comunicação das Rádios Comunitárias, no dia 11 de outubro, em Brasília. O evento contou com a participação de cerca de 100 delegados, de 15 estados e do Distrito federal e preparou o movimento das rádios comunitárias para o embate com a mídia corporativa na CONFECOM.

O encontro foi um momento de formulação de propostas que sintetizam mais de uma década de lutas da ABRAÇO. A CONFECOM representa a oportunidade de afirmar a importância da comunicação comunitária para a democratização da mídia e para a construção da cidadania, particularmente nas periferias urbanas e nas pequenas cidades. Pela primeira vez na história do Brasil as políticas públicas de comunicação serão discutidas publicamente.

A Conferência aprovou a proposta de Criação de uma Lei Geral da Radiodifusão, englobando os sistemas: público, estatal e privado, dando um tratamento isonômico para as rádios comunitárias. Outros itens aprovados foram o financiamento público para as emissoras comunitárias, anistia para os comunicadores punidos por operarem rádios comunitárias sem licença, a indenização, em valores atualizados, pelos equipamentos apreendidos pela ANATEL e a permissão para veicular publicidade. Também foi aprovada a elevação da potência das rádios comunitárias para, até 250 wats, o aumento do número de canais para, no mínimo, três canais por município, a garantia de recursos públicos para digitalização das emissoras comunitárias, a permissão de transmitir em rede e a desburocratização dos processos de outorga.

Propostas da ABRAÇO para as rádios comunitárias

1 - Criação de uma Lei Geral da Radiodifusão, que contemple os sistemas público (incluído as rádios comunitárias), estatal e privado. Esta nova lei deverá assegurar o livre funcionamento das rádios comunitárias, como um serviço público relevante e com um tratamento isonômico.

2 – Desburocratização das concessões das rádios comunitárias:
a) Criação da Subsecretaria de Radiodifusão Comunitária com um Conselho de Acompanhamento de Processos de Autorizações para Radcom, com a participação da sociedade civil e o poder público;
b) Abertura de aviso de habilitação nacional permanente, com prioridade para as regiões não atendidas pelo serviço de radiodifusão comunitária e, respeito aos pedidos históricos;
c) criação de uma lista única (disponibilizada na internet) dos processos, pela data de protocolo. Um processo só poderá passar na frente de outro anterior caso o requerente do processo anterior não atenda as exigências de correção do projeto e/ou apresentação de documentos, dentro dos prazos estabelecidos;
d) Agilização na tramitação dos processos com a realização de concurso público para contratação de servidores para o setor responsável pelo licenciamento das emissoras comunitárias;
e) Realização de mutirão para colocar em dia os processos que estão em tramitação no Ministério;
f) Resgate dos processos, de solicitação de outorga, arquivados pelo Ministério das Comunicações;
g) Garantia de suporte técnico, por parte do Ministério das Comunicações, para as comunidades que queiram instalar uma rádio comunitária;
h) Criação de representações estaduais do Ministério das Comunicações.

3 – Fim da criminalização da rádios comunitárias e dos comunicadores populares, com a revogação da legislação que considera crime a operação de emissoras sem a autorização.

4 - Reparação e anistia para os comunicadores processados e/ou punidos por operarem rádios comunitárias sem outorga: anistia para os comunicadores populares punidos, criminalmente, por operarem rádios comunitárias.

5 – Indenização dos equipamentos apreendidos, em valores atualizados.

6 – Normatização da fiscalização de interferências em sistemas de comunicação:
a) necessidade de comprovação da interferência;
b) notificação da emissora para apresentação de defesa prévia;
c) Caso a defesa prévia não seja aceita, notificação estabelecendo prazo para a emissora se adequar às especificações técnicas;
d) Caso não seja atendida a notificação deverá ser aplicada multa;
e) Em caso de reincidência aplicação de multa com o valor dobrado;
f) em caso de nova reincidência, apreensão dos equipamentos;
Este procedimento deve ser aplicado tanto às rádios com outorga, quanto as emissoras que solicitaram concessão a mais de seis meses e não tiveram o seu processo despachado pelo Ministério das Comunicações. A legislação deve assegurar também a proteção das rádios comunitárias contra a interferência de outros serviços de comunicação.

7 – Fim do poder discricionário da ANATEL: as rádios comunitárias que solicitaram outorga a mais de seis meses e não tiveram o seu processo indeferido, sem possibilidade de recurso na esfera administrativa, não poderão ser multadas ou fechadas pela ANATEL, pelo fato de não terem outorga.

8 – Possibilidade de adequação as exigências técnicas e legais: nenhum processo de solicitação de outorga poderá ser indeferido sem que seja oferecido ao solicitante amplas possibilidades para adequação as exigências legais e aos requisitos técnicos.

9 – Permissão da transmissão em rede: viabilizando a integração na diversidade.

10 – Aumento de potência até 250 e o aumento da altura da antena, de acordo com as especificidades do relevo e da distância.

11 – Aumento do número de canais destinados às emissoras comunitárias: no mínimo, três canais na faixa de 88 a 108 MHz..

12 – Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Comunicação Comunitária: o Fundo deve atuar no financiamento, a fundo perdido, dos equipamentos necessários a instalação da emissora.

13 – O fim da proibição de veiculação de publicidade nas rádios comunitárias e a economia solidária: assim será possível atender tanto os pequenos comerciantes da comunidade, quanto os empreendimentos da economia popular e solidária, democratizando o acesso a publicidade.

14 – Destinação de publicidade pública para as rádios comunitárias: a ABRAÇO propõe a criação, pela Secom, de editais específicos para as mídias comunitárias, destinando cinco por cento da verba publicitária para as emissoras comunitárias, o mesmo deve ser feito nos estados, no Distrito Federal e nos municípios.

15 – Tevês Comunitárias em sinal aberto: a regulamentação da tevê digital deve garantir o acesso das tevês comunitárias ao sinal aberto.

16 - Fim das cobranças do ECAD: as rádios comunitárias não têm o lucro por finalidade, portanto não se justifica a cobrança pelo ECAD de direitos autorais.

17 – Garantia de digitalização sem custos: o Governo Federal deverá garantir a migração, das emissoras comunitárias, para o rádio digital sem custos.

18 - Tratamento isonômico para as rádios comunitárias: o fim da proibição de transmissões externas, garantindo um tratamento igualitário entre as emissoras comunitárias, privadas e estatais.

Controle social das políticas públicas de comunicação

1 – Conselho de Comunicação Social: recomposição imediata do CCS, com a regulamentação do processo de renovação de seus conselheiros para evitar problemas de continuidade.

2 - Institucionalização das Conferências Nacionais de Comunicação, através de Lei Federal. Com a realização a cada dois anos da Conferência Nacional de Comunicação, que a partir da próxima deverá ter etapas municipais eletivas.

3 – Criação de conselhos estaduais e municipais de comunicação: garantindo, em todos os entes federados, a existência de instâncias democráticas de deliberação das políticas públicas de comunicação.


Propostas Gerais da ABRAÇO para a CONFECOM


1 – Marco Regulatório: a Conferência deve estabelecer um novo Marco Regulatório para o setor. Isso passa pela regulamentação do artigo 220 da Constituição Federal que estabelece: “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.
Fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação (um mesmo grupo controlar rádios, tevês, jornais etc), a limitação do número de emissoras em poder de uma mesma empresa ou família e a obrigatoriedade de parte dos programas exibidos serem adquiridos junto a produtores independentes.

2 – Concessões: estabelecer formas transparentes, e submetidas ao controle social, com meio de garantir a democratização da comunicação. A renovação das concessões deve passar pela análise da programação do veículo, o cumprimento das exigências constitucionais e a inexistência de débitos trabalhistas, previdenciários, impostos federais, estaduais e municipais como critérios para a renovação, que deve passar por audiência pública na localidade onde o canal está sediado antes de ser votada pelo Congresso Nacional. Regulamentação do artigo 223 da CF, destinando 1/3 dos canais para cada sistema, o público, o estatal e o privado.

3 – Produção independente: definição, em lei, de percentual mínimo de programas que devam ser adquiridos junto a produtores independentes.

4 – Regionalização: regulamentação, através de lei, do artigo 221 da Constituição que estabelece, no inciso III, a: “regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei”.

5-Questão étnica: política afirmativa que garanta a exibição de programas que abordem a cultura afro descendente. Outra ação afirmativa deve ser a garantia de um número mínimo de atores negros nas produções televisivas, considerando o percentual da população negra no conjunto da população brasileira. Na aquisição de programas de produtores independentes, também, deve ser assegurado um número mínimo de produções que abordem a temática étnica.
Os índios, ciganos e migrantes também sofrem discriminação na sociedade e os meios de comunicação acabam por reproduzir esta discriminação. Portanto é necessária uma política de ações afirmativas que inclua estas populações na programação televisiva brasileira.

6-Gênero: legislação que proteja a mulher da exploração da imagem e da vulgarização, garantindo os direitos civis femininos. A legislação, também, deverá garantir a proibição de veiculação de conteúdo homofóbico ou degradante à cultura LGBT nos meios de comunicação. Os veículos públicos devem ter em sua grade de programação assuntos relacionados às temáticas LGBT, combatendo a discriminação e valorizando a população LGBT. .

7-Rádio digital: criação de um sistema brasileiro de rádio digital, testado, prioritariamente, pelas rádios comunitárias.

8-Convergência tecnológica:
a) o acesso gratuito das rádios comunitárias a internet;
b) a implantação de uma rede wimax nas áreas urbanas, como instrumento para garantir o acesso gratuito à internet;
c) o incentivo a produção de receptores de wimax, abrindo um novo espaço para as rádios comunitárias, através do voip (voz sobre IP). Esta rede pode ser implantada em parceria com as empresas estaduais e municipais de Tecnologia da informação TI.
d) o fortalecimento da Telebrás para garantir a oferta de banda larga gratuita para as comunidades e meios de comunicação comunitários

9-Operador de Rede Público: criação de um Operador Público que atenda as tevês estatais e públicas. Com a garantia da transmissão digital, em sinal aberto, para as televisões comunitárias.

10 – Empresa Brasileira de Comunicação: criação de 6 centros de produção, no sul, no sudeste, no centro oeste, no norte, no nordeste I e no Nordeste II, com a divisão equânime da grade de programação, propiciando retratar a diversidade cultural, artística e jornalística do Brasil.

11 - Criação de cursos modulares, e curriculares, nas escolas públicas – A criação de cursos de formação em mídia comunitária permitirá a superação da relação vertical: emissor-receptor, substitui-do-a por uma relação horizontal, onde todos podem ser produtores e receptores, simultaneamente.

Fonte: Josué Franco Lopes - Coordenador de Comunicação da Abraço Nacional

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Era fácil ser publicitário...

Era! Hoje em dia, as ações publicitárias são cada vez mais elaboradas, envolvendo muitas pessoas e - após o advento e explosão da Internet - buscando uma fortíssima interação com o público.

Vejam dois cases da empresa de telefonia T-Mobile, realizados em Londres:

1. Imagine durante um dia comum em uma estação de metro, você e outro usuários do transporte fossem surpreendidos com uma música alta...grande coisa certo!? Imagine agora se cerca de 80 pessoas começassem a dançar juntas em uma coreografia única!! Esta foi a ação criada pela agência Saatchi & Saatchi para a T-Mobile em Londres.

A ação aconteceu na estação Liverpool Street, para promover os serviços de celular da empresa e o conceito "Life's for sharing" ("Vivendo Para Compartilhar"). A idéia é genial, pois além de ser memorável e ter grande impacto, provocou uma grande massa de curiosos filmando com seus celulares e enviando a amigos, ou seja, compartilhando...sacou a interação com o slogan?

Realmente é de se tirar o chapéu.

Assista ao vídeo da ação logo abaixo:



2. Na outra ação, a T-Mobile simplesmente mandou um convite pelo celular: "esteja na Trafalgar Square tal dia, tal horário". E nada mais foi dito.

Os que foram acharam que iam dançar, como tem acontecido em outras mobilizações desse tipo. Mas, na hora, foram distribuídos microfones. Muitos, muitos, muitos mesmo, e fizeram um karaokê gigante, de surpresa! E todo mundo que estava na praça, quem estava passando, quem nem sabia do convite, cantou junto...

Quem um dia curtiu os Beatles, vai se emocionar.

domingo, 20 de setembro de 2009

LivroClip

Como chamar a atenção, hoje em dia, para um livro? Como alcançar a molecada?

Bom, conheçam o LivroClip (http://www.livroclip.com.br), um projeto legal, um viral de divulgação para diversos livros... EXCELENTE!!! Indicadíssimo!!!

Achei esse, do Inferno de Dante, duca!

Da Lama ao Caos faz 15 anos!!

Galera

Em um daqueles raros momentos, a Folha de São Paulo publicou bom material sobre os 15 anos do lançamento do álbum Da Lama ao Caos, de Chico Science.

ABRAÇOSSSS
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Álbum inaugural do movimento completa 15 anos e ainda é referência

MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL


"Da Lama ao Caos", 15. Lançado pelo pernambucano Chico Science (1966 -1997) e sua banda, a Nação Zumbi, o álbum que dividiu águas na música pop-popular brasileira dos anos 90 ganha baile de debutante nesta noite.
A mesma data redonda estimula balanços, análises e (auto) avaliações. Quais os efeitos reais desse petardo -e do "movimento" mangue beat, lançado por ele e repercutido no disco seguinte, "Afrociberdelia" (1996)- no que foi feito na cultura do país a partir disso?
"Na boa, esse disco influenciou toda a geração que veio depois dele", garante Carlos Eduardo Miranda, produtor musical de bandas como Mundo Livre S/A, Raimundos, Skank e O Rappa. "E eu não estou falando só de música, mas também de moda, de cinema."
Segundo Miranda, a "maneira livre" de criar que muitas dessas bandas têm hoje é influência em parte dos Mutantes, em parte do mangue beat.
Ele conta que, quando o primeiro álbum do Mundo Livre foi lançado, a ideia era confundir. "A gente inventou que não era "beat", mas "bit" - isso pra não acharem que se tratava simplesmente de uma batida de maracatu com hip hop e metal por cima. As pessoas ouviam aquilo e entendiam como um gênero musical. Não era."
O rótulo "mangue beat" ainda confunde. Produtor de "Afrociberdelia", Eduardo BID lembra que o conceito nasceu com outro viés: o ideológico.
"Acompanhei aquilo de perto e considero o mangue beat muito mais um grito de "ei, a gente existe e nosso Estado também tem muito o que dizer para o Brasil" do que um movimento musical ou estético."
Ao menos no que diz respeito à repercussão cultural, Recife andava um marasmo na era pré-"Da Lama ao Caos". A capital do Estado que fizera nascer o frevo, a ciranda e o maracatu estava com a autoestima baixa.
"Tinha gente atuando na cidade, mas sem credibilidade nenhuma da plateia", conta o jornalista José Teles, autor do livro "Do Frevo ao Manguebeat". A partir da projeção de Science, Recife refloresceu. Em um único fim de semana chegavam a acontecer dez shows.
A avalanche cultural logo extrapolou a música. O exemplo mais bem acabado disso foi "Baile Perfumado" (1996), primeiro longa de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, premiado como o melhor filme daquele ano no Festival de Brasília.
"Muitos filmes feitos hoje em Pernambuco ainda replicam a ousadia e a invenção que o disco trouxe", diz Lírio. "Aquilo despertou a cidade, que passou a respirar uma grande autoestima deflagrada por aquela música. E o cinema veio na sequência, bebendo completamente dessa energia cultural."
Passados esses 15 anos, a novíssima geração musical pernambucana já renega os laços com Science. Lucio Maia, membro-fundador da Nação Zumbi e guitarrista de "Da Lama ao Caos", diz que assiste essa reação "de camarote, às gargalhadas". "Isso tudo também é influência. Influência pelo avesso, mas influência."


FRED ZERO QUATRO - Hoje o mangue beat não passaria de duas comunidades no Orkut
Vocalista da banda Mundo Livre S/A fala sobre o movimento musical surgido em Pernambuco no início dos anos 1990

Um dos principais artífices do mangue beat ao lado de Chico Science (1966-1997), Fred Zero Quatro afirma que o movimento surgido no Recife no início dos anos 1990 ajudou a romper com o conservadorismo e com o tradicionalismo. Hoje com 47 anos e dividindo o papel de vocalista do Mundo Livre S/A (que completa 25 anos de vida) com um cargo de assessor técnico da Secretaria da Cultura do Recife, Fred critica as mudanças ocorridas na música com a chegada da internet.

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

FOLHA - Quando sai novo disco do Mundo Livre?
FRED ZERO QUATRO - Já temos 15 ou 16 músicas para o álbum, que vai chamar "Durar É Viver". O disco celebra os 25 anos da banda. Já fizemos um show com vários convidados no festival de Garanhuns, talvez lançaremos um DVD. Há selos argentinos, portugueses e americanos querendo licenciar o disco, mas ainda estamos aguardado sair um edital para bancarmos a finalização do disco.

FOLHA - É necessário buscar esse tipo de apoio para lançar discos?
FRED - É um reflexo da desconstrução do circuito da música que estamos vivendo. Os medalhões estão recorrendo a leis de incentivo para turnês, para gravar CDs, DVDs. Antes eram leias apropriadas ao perfil dos alternativos. E agora como ficam os alternativos? O guarda-chuva vai abrigar todo mundo? Tenho trombado com um monte de gente que simplesmente não tem como lançar disco, porque as gravadoras não querem gastar dinheiro.

Folha - Como você encara as mudanças ocorridas no mercado da música com a internet?
FRED - Tenho participado de debates sobre cultura e percebo que, a despeito de toda a questão do acesso democrático e da maior visibilidade que chegaram com a internet, um fato inegável é que a web tem desestruturado quase todas as cadeias que se envolvem com a digitalização, do jornalismo à música. Hoje é moda celebrar a web, dizendo que finalmente nos livramos dos malas da indústria fonográfica. Tudo bem, a indústria até tinha um aspecto predatório, mas uma coisa é você defender a ausência da indústria, a ausência da cadeia produtiva. Se o mangue beat tivesse surgido num ambiente parecido com o que rola hoje, com gravadoras em crise, talvez o mangue beat tivesse se limitado a uma ou duas comunidades de Orkut, uma coisa de gueto. [No início dos anos 90] A Sony foi a Recife, contratou o Chico Science e bancou o primeiro clipe da banda, que rodou direto na MTV. Finalmente a indústria olhava para nós. E teve um efeito multiplicador forte. As pessoas esquecem isso. Hoje há uma situação sem indústria, sem cadeia produtiva. Está se instalando uma religião da tecnologia, um fundamentalismo tecnológico. Fala-se muito em economia sustentável, mas na cultura não existe consumo sustentável.

Folha - Há uma alternativa?
FRED - Estamos todos aguardando que surja um novo modelo de negócio baseado na web 2.0. Mas ele não surge.

FOLHA - O Mundo Livre existe desde 1984. Como era a banda antes do estouro do mangue beat?
FRED - Passamos quase dez anos como banda de garagem, eu fazia faculdade na época. Nem conhecíamos Chico, Jorge [Du Peixe; Nação Zumbi]. Nesse período surgiu o som da banda. Boa parte do repertório do "Samba Esquema Noise" [o primeiro disco] foi composta nos anos 80, entre 1984 e 1992. Quando fomos contratados pelo [selo] Banguela, tínhamos material para um disco triplo.

FOLHA - O que o mangue beat trouxe de inovador?
FRED - O vínculo com o conceito de diversidade. Não era um mero movimento musical porque não havia um formato padronizado de música. Tinha uma postura de celebrar a diversidade e colocar o Recife no mapa com uma linguagem contemporânea. O ambiente na época era conservador, regionalista, voltado para a cultura ruralista. E Recife era uma metrópole, com circulação de informação cosmopolita, mas sem espaço para se expressar. Na própria universidade havia um ambiente conservador, de unir o popularesco com a tradição ibérica. O contemporâneo, o pop, não tinham espaço.

FOLHA - Qual é o legado deixado pelo mangue beat?
FRED - Em Recife, é evidente a superação desse conservadorismo. Hoje há uma predisposição do público e dos gestores públicos muito mais receptiva em relação ao contemporâneo, ao urbano e à diversidade. O próprio Carnaval do Recife é diferenciado pelo multiculturalismo. Ao contrário da axé music na Bahia ou do samba no Rio, no Carnaval de Recife há o festival Recbeat, que toca de salsa a rock e eletrônica, além de polos de frevo, de maracatu, de hardcore. O mangue beat foi uma inspiração para isso.

FOLHA - Em um segundo manifesto [o primeiro do mangue beat é de 1992], vocês afirmam ter medo de ter parido um "monstro incontrolável". Por que esse receio? As ideias do mangue beat foram distorcidas?
FRED - O mangue beat continua fomentando debate. Hoje ainda me perguntam: "Como faço para ser um mangueboy?". Hoje tem banda que diz fazer um som "mangue". Isso é uma distorção do sentido original da coisa. Não defendíamos a criação de um gênero musical. Era uma movimentação em torno da diversidade e do rompimento com o tradicionalismo.


Em São Paulo, lama, caos e corrupção

XICO SÁ
COLUNISTA DA FOLHA


Repórter farejador da lama política, esperava uma chamada sobre o destino do capo PC Farias, mas o fone do apê da Frei Caneca só tocava para os caras. Imprensa e gângsteres de gravadoras à procura de Science e Zero Quatro.
Primeira excursão, ainda sem discos, da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A, ano da graça de 1993, São Paulo.
Foi aí que atinei para a marcha da história: estão aprontando alguma e não me contaram direito a bola. Com Zero Quatro, amigo do jornal "A Brecha" e de um grupo de estudos sobre "Crônica de Uma Morte Anunciada", do García Márquez, havia sido enquadrado no campus da UFPE, rua 7 de Setembro e Beco da Fome, geografia afetiva e bagaceira do Hellcife velho de assombrações tantas.
Este outrora poeta também abria alguns shows do Mundo Livre, com leituras ao som do Love, play again Arthur Lee, teu povo o espera, volta, miserável, "forever changes"!
Science não dizia nada do que estava acontecendo, só tirava "la buena onda"; Zero Quatro tampouco. Nem dava tempo. Eles correndo para encontrar os "falcões" (crédito para Bob Dylan, baby) das gravadoras -na era paleolítica em que ainda se precisava disso- e o repórter fuçando pistas. De corrupção durante o dia e de rock à meia noite. Logo depois, Bia Abramo e Alex Antunes, meus Freuds do mangue bit (era assim a grafia inicial) me explicariam tudo.
Bem que o síndico de pijama bege e trezoitão em punho tentou acabar com a "embaixada" cósmico-universal-pernambucana, o quarto e sala da Frei Caneca. Sim, a trilha sonora era muito Hosana nas alturas, glória. Quando saiu "Da Lama ao Caos", audiência inaugural, pense no silêncio dos tambores da Nação! Fui expulso de vez do prédio.
Inesquecível madruga com du Peixe, Lucio e Chico. Falamos de amores distantes e Corto Maltese, que inspiraria mais adiante, com a sua HQ que aborda Lampião, a música "Tiro Certeiro". Ufa, como é bom passar no ferro quente da memória as brasas nunca adormecidas!

Conheça e Participe você também do Sarau Virtual Palavra



Poetas que buscam uma nova poesia, artistas que pensam uma arte inserida na Cibercultura. Este é o perfil dos participantes do Sarau Virtual Palavra, um evento virtual que promove a interação dos saraus por meio de hiperlinks. Vários artistas fizeram links entre seus trabalhos pela proximidade de sentidos. O resultado dessa proposta hipertextual soma-se ao Álbum Palavra, hipertexto poético e musical proposto por Eros Trovador.

O Álbum como um todo busca o sentido da palavra em uma época multimídia. A poesia virtual é vista como poesia hipertextual, dando pistas para um discurso não-linear próprio de uma cultura também multimídia, onde a informação pode ser acessada e revelada a qualquer momento.

Estou no Sarau Virtual

Acreditem ou não, mas Márcio Leal também é cultura! Estou iniciando a exposição da minha veia poética no Sarau Virtual do Álbum Palavra:

"Nova poesia no Sarau Virtual, um poema-provocação de Márcio Leal, 'Epístola aos Hebreus, aos Cananeus, aos Coríntios...': http://www.albumpalavra.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=105&Itemid=57"

É isso aí! Entrem lá e depois comentem o que vocês acharam... Outras poesias logo estarão no ar!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ser Jornalista

Esse é um artigo de um ex-professor meu, na faculdade em Santos (SP), com quem muito briguei - ele também perdeu muitos fios de cabelo comigo! re, re, re... - mas a quem nutro enorme respeito e consideração sobre quem é e sobre o que fez em sua vida. Parabéns, Dirceu! WEsse seu texto merece ser resgatado, sempre!!!

(*) Dirceu Fernandes Lopes

Num país que tem 25 milhões de miseráveis, vivendo no patamar mais baixo da pirâmide social, ser jornalista não é apenas informar, denunciar, formar, é principalmente um exercício diário de inteligência e prática cotidiana de caráter. É ter a capacidade de se indignar contra as injustiças, de não aceitar as coisas como elas são, de informar para transformar.

O jornalista não muda o mundo, mas pode ajudar a melhorar. Sempre é bom ajudar alguém com aquilo que a gente escreve. Deve ser solidário, estar ligado no mundo, não ter preconceitos, ser ético, ter atenção constante nos acontecimentos.

É fundamental que o estudante de Jornalismo tenha consciência de que essa não é uma carreira para auto-promoção, mas para promoção do bem-estar da comunidade, da sociedade e do mundo. É importante que ele se conscientize que sua futura profissão pode ajudar na construção de uma sociedade mais justa, mais feliz.

Não pode esquecer nunca que o Jornalismo não é apenas uma profissão, um meio de sobreviver, mas "uma opção de vida", como destaca o jornalista Ricardo Kotscho. Como um contador de histórias, deve escrever a matéria com fidelidade e sensibilidade. Não pode se entregar a acomodação da pauta. Deve tentar sempre.

"O estudante de Jornalismo só deve entrar na profissão, ser repórter, se isso for irreversível, se não houver outro jeito de ganhar a vida, se alguma força maior o empurra para isso", reforça Kotscho. Deve ser um eterno garimpeiro dos fatos e manter as antenas ligadas dia e noite, onde estiver. A gente só é jornalista 24 horas por dia. A missão do jornalista é contar os fatos que viu, relatar a realidade. Deve estar sempre comprometido consigo mesmo, com o leitor e com a verdade.

O futuro jornalista deve lembrar sempre que a função do comunicador social é a do servidor público. Deve sentir uma clara e autêntica vocação de servir e contribuir com sua atividade para uma sociedade mais sadia. Se uma de suas funções é fiscalizar os poderes públicos, não deve esquecer que a denúncia pela denúncia não leva a nada. A checagem de informação é indispensável para evitar a destruição dos seres humanos como aconteceu na Escola Base. Caso contrário, o jornalista estará "brilhando" em meio a uma sociedade cada vez mais decadente, podre e que valoriza menos a vida, porque é através dos olhos do jornalista que a sociedade vê a sua vida. Ele deve OLHAR COM OS OLHOS DE VER.

Responsabilidade é essencial para o repórter que tem a credibilidade como seu maior patrimônio. Assim, e somente assim, consciente de sua função social, comprometido com se tempo e sua gente, o jornalista tem condições de mudar o mapa da exclusão social do país.

(*) Dirceu Fernandes Lopes, à época era Prof. Da LACOS / UniSantos e ECA/USP.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O probo DEM no GDF

Texto do deputado distrital (PT-DF) Chico Leite, extraído do Twitter em 24 AGO 2009 e adaptado por Márcio Leal em 25 AGO 2009.

O Governo do Distrito Federal (GDF) contratou a Ailanto para organizar o jogo Brasil X Portugal em 2008. Além de experiência ZERO da empresa, outras características desta contratação chamaram a atenção:

- A Ailanto foi contratada sem licitação e tinha capital inicial de apenas R$ 800 para realizar um contrato de R$ 9 milhões com o GDF;

- A sede da Alilanto fica em edifício residencial no bairro do Leblon, Rio de Janeiro (RJ):

- As duas notas fiscais emitidas pela empresa, após receber do GDF o pagamento de duas parcelas de R$ 4,25 milhões, foram as de número 001 e 002 (!!!);

- Nem a CBF nem a seleção portuguesa afirmam ter recebido o valor que a Ailanto deveria pagar em cachê;

Para onde foram os R$ 8,55 milhões pagos pelo GDF à Ailanto? São fortes os indícios de que se trata de uma empresa de fachada!

Outra evidência inusitada é o aparecimento do nome do governador José Roberto Arruda nas duas ordens de pagamento, procedimento incomum.

Advogados de plantão, 2009.01.1.124156-4 é o número do Processo para acompanhar por e-mail a ação de improbidade administrativa contra o GDF (caso Bezerrão).

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O currículo de Serra

Rui Falcão*

"Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e
sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer
"
Carlos Drummond de Andrade


Quem lê a biografia oficial do governador de São Paulo pode ser induzido a acreditar que não lhe faltam credenciais para chegar aonde deseja desde há muito. Nascido de família pobre no bairro paulistano da Mooca, antigo reduto de imigrantes e do operariado fabril do início do século passado, José Serra bem cedo destacou-se na política. Estudante de engenharia, militou na Ação Popular, que o levou à presidência da União Nacional de Estudantes (UNE) até 1964, quando foi proscrita pelo golpe militar. Para fugir da perseguição, recolheu-se ao exílio, inicialmente no Chile e depois em outros países, tendo retornado com a anistia, já economista e engajado na luta democrática.

Secretário no governo Montoro, em 1982, iniciou então uma escalada eleitoral ininterrupta: duas vezes deputado federal, senador, prefeito e governador. Nos entreatos, foi derrotado duas vezes na disputa da Prefeitura de São Paulo, ocupou dois ministérios sob FHC e perdeu para Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2002, ocasião em que os marqueteiros da campanha o promoveram a melhor ministro da Saúde do mundo”.

Trajetória e títulos à mostra, José Serra crê, assim, estar pronto, mais até que seu concorrente tucano (1), o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para atingir o cume da carreira política, substituindo na Presidência da República aquele que o preteriu e cujo currículo – à luz do preconceito – sequer se equipara ao dele.

Mas na biografia não autorizada, de ex-parceiros, de anônimos colegas de partido ou de adversários (que ele considera detratores), despontam outras características, vícios ou virtudes a depender do intérprete.

Diz-se, por exemplo que sua ambição desmedida de poder o compele a destruir um por um e todos quantos pareçam contrariar seus desígnios. Para ilustrar, citam os casos da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e do ex-governador Geraldo Alckmin. Acusam-no, também, de romper acordos e palavra empenhada, basta ver o compromisso passado em cartório de cumprir os quatro anos de mandato na Prefeitura de São Paulo.(1)

Autoritário e insone, corre a lenda que o governador atravessa madrugadas acossando assessores e secretários, disparando-lhes e-mails inquisidores. Para felicidade geral, consta que sua excelência acorda tarde, talvez por concordar com Drummond que, dormindo, os problemas do Estado “o impeçam de morrer”.

Fatos ou versões, é inquestionável que José Serra já escolheu as armas para, quem sabe, sua derradeira e obstinada batalha. Aquela com que espera vencer foi forjada no arsenal do tucanato e retemperada pelos escudeiros de uma certa mídia. Trata-se da proclamada supremacia gerencial do PSDB, uma espécie de viúva Porcina da administração pública.

Ocorre que a contenda abrirá novas frentes, inclusive aquela que mais vulnera o governador, qual seja a comparação de projetos para o Estado e para o País. E, nesse campo, a crise econômica mundial levou de roldão o modelo neoliberal, privatista e socialmente excludente implantado por Fernando Henrique Cardoso, de cujo governo o pretenso candidato foi um dos expoentes.

Se hoje o atual governador tenta exorcizar o passado e seu antigo mestre, pela rejeição que este lhe pespega, é inegável que ambos – sutis diferenças à parte – lideram no PSDB a operação política, ideológica, midiática, jurídica para derrotar o projeto petista, bem como tentar barrar o processo de mudanças em andamento.

Ainda recentemente, o pretendente tucano, durante evento na cidade paulista de Jaguariúna (29 de junho) disse que “Índia e China estão indo bem, mas o Brasil não tem uma política econômica de desenvolvimento”. E, menos de um mês depois, pontificando sobre a crise econômica, FHC criticou o presidente Lula, afirmando que, estivesse ele no governo, os problemas seriam tratados “com responsabilidade”.

Nos oito anos do segundo, política “responsável” foi alienar patrimônio público, privatizar, integrar o Brasil de forma subordinada ao mercado mundial, revogar conquistas sociais, endividar o país e torná-lo vulnerável às crises do capitalismo no período. Vale lembrar que, desde o governo FHC, os tucanos tornaram-se conhecidos pela voracidade com que investem contra o patrimônio público, transferindo para grandes empresas o controle das estatais responsáveis pela prestação dos serviços essenciais e de interesse estratégico para o desenvolvimento nacional (telefonia, mineração, siderurgia, energia elétrica, bancos, ferrovias, saneamento básico). As privatizações de FHC transferiram para grandes empresas cerca de US$ 105 bilhões de patrimônio público, pelo câmbio vigente na época (1 US$ = 1 R$). Foi a maior transferência realizada no mundo na época da hegemonia neoliberal.

Daí a herança maldita que legou ao sucessor.

Na ótica do governador, a política de desenvolvimento seria a que pratica em São Paulo, naturalmente com as limitações que sua própria turma engendrou. Ou seja, sem os bancos públicos, que foram alienados – o último deles, a Nossa Caixa, por ele mesmo. Também sem as empresas de energia, vítimas da privataria de seus antecessores, tendo a última delas (a CESP Porto Primavera) sobrevivido à sanha tucana por falta de interessados nos leilões, em que pese ter sido oferecida a preço de pechincha.

Catalogado como liberal-desenvolvimentista numa tese de mestrado defendida em 2006 pelo professor André Guiol, no programa de História da Universidade Federal Fluminense (Teoria e Debate, no. 82, pág. 27), José Serra tenta diferenciar-se da ortodoxia neoliberal.

Mas que os incautos não se iludam: o transformismo do governador, se o afasta do núcleo duro do neoliberalismo, não o desobriga dos compromissos matriciais com as privatizações, nem com a flexibilização dos direitos sociais e trabalhistas. Até porque ele age em sintonia com os setores que espera representar e servir, caso venha a derrotar o projeto do presidente Lula: o grande capital industrial e o capital financeiro, engajados na aliança PSDB-DEM, expressão política e eleitoral da centro-direita.

Paradoxo dos paradoxos, graças à articulação de poderosos interesses e a uma sedutora abertura para o vasto aparelho da administração pública, o governador consegue a proeza de aglutinar, em torno de si, praticamente todos os partidos – à exceção do PT, PCdoB e PSOL – que dão suporte ao governo Lula em Brasília.

Tais apoios lhe possibilitam, além da aprovação rápida de projetos, o bloqueio a qualquer CPI que investigue malversação de recursos públicos – o caso Alstom e a corrupção em empreendimentos da Companhia Habitacional de Desenvolvimento Urbano (CDHU) são os mais clamorosos.
O candidato do campo conservador conta ainda com proteção e simpatia da grande mídia, que estendeu em torno dele uma espécie de cordão sanitário. E aproveita-se do espírito republicano do presidente Lula, pirateando as generosas verbas federais repassadas ao Estado, ao tempo em que discrimina prefeitos petistas, tentando vergá-los com a odiosa prática do “pires na mão”.

É nesse cenário que o candidato presumido crê ser possível fugir do contraste de projetos e acomodar-se ao discurso fácil – e falso – de dar continuidade às boas obras do governo Lula, imprimindo-lhes melhoras graças a sua propalada “competência, seriedade, capacidade gerencial e de planejamento”.

Por mais que a escapada tenha sucesso – hipótese menos provável – há profusão de fatos, circunstâncias, dados e argumentos para desmascarar o mito da capacidade gerencial dos tucanos. Sobretudo se, à frente das forças de oposição ao candidato da centro-direita, estiver alguém familiarizado(a) com as décadas de gestões tucanas e capaz de apresentar alternativas, de projeto e de gestão, ao modelo hoje imperante no Estado.

Apesar de toda a blindagem, a capacidade gerencial e a competência no planejamento do atual governador estão em xeque. Escavando (o verbo é este mesmo, devido às dificuldades de acesso e pouca transparência) as contas de 2008 do governador, constata-se que não foram atingidas mais de metade das metas propostas para diferentes setores da administração. Obras importantes para o Estado e para o portfólio eleitoral de José Serra, como o Rodoanel (iniciado por Mário Covas) e o Metrô computam atrasos no cronograma, a despeito de aportarem recursos do PAC e do governo federal, o que não ocorria sob FHC.

São Paulo, aliás, é o maior beneficiado com recursos do governo federal, quer através de transferências obrigatórias, quer por investimentos em projetos do PAC. O governo Lula autorizou e é fiador do governo do Estado em financiamentos internacionais que somam mais de US$ 4 bilhões para execução de obras do Metrô, do Rodoanel, recuperação de estradas e de diversas obras de saneamento básico e ambiental, durante os últimos dois anos. Do mesmo modo, o BNDES emprestou mais de R$ 1,8 bilhão ao governo do Estado, também para execução de diversas obras.

Além do não cumprimento das metas e do atraso na entrega de obras – sintomas de falhas de planejamento – a atual gestão vem elevando a carga tributária bruta, que, de 9,04% do PIB em 2006, saltou para 9,77% em 2008. O mesmo ocorreu com os contribuintes, cuja carga per capita anual aumentou de R$ 1.964,43 para R$ 2.268,75 no mesmo período analisado pela Assessoria de Finanças da Liderança do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo.(2)

O aumento da receita, que resultou num excesso de arrecadação de R$ 13 bilhões num orçamento previsto em R$ 117 bilhões deve-se ao crescimento econômico do País, superior a 5% em 2008, mas também à introdução e violenta ampliação pelo governo Serra da substituição tributária.

Truculenta e arbitrária, aplicada a pretexto único de combater a sonegação, a chamada substituição tributária vem provocando uma autêntica derrama entre pequenos, médios e grandes empresários, afugentando muitos deles para outros Estados, em prejuízo dos empregos e da economia paulistas. Além do que, tem o efeito perverso de anular o impacto da isenções e desonerações tributárias propiciadas pelo governo Lula para mitigar os efeitos da crise mundial.

De acordo com este regime, que anteriormente era restrito a setores com peso expressivo na arrecadação (cigarros, bebidas, combustíveis), o atacadista paga antecipadamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e depois cobra do varejista. Como o imposto, cumulativo, incide sobre o valor de mercado do produto, difícil de apurar, a Secretaria da Fazenda estabeleceu preços de referência. Por não considerar diferenças entre produtos e regiões, gerou-se injustiças em rede, além de inviabilizar a tradicional prática de descontos do comércio varejista. Pior de tudo: caso ocorra cobrança a maior – o que é freqüente –, não haverá restituição.

Nem por estar arrecadando mais (nos primeiros quatro meses de 2009 houve queda relativa da receita) o governo do Estado cuidou melhor dos servidores públicos, os quais, além de não terem sua data base respeitada, estão excluídos da política do salário-mínimo regional – uma das peças de resistência do marketing eleitoral serrista.

Com efeito, acompanhando a evolução dos gastos com pessoal em relação à receita corrente líquida do Estado, revela-se um brutal arrocho salarial: de 49,27% em 2000, os gastos com pessoal (que incluem a folha de pagamento dos servidores) despencaram para 40,81% em 2008, bem abaixo do limite de 49% da receita corrente líquida fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O arrocho, aliado à sistemática morosidade na realização de concursos públicos, na ausência de políticas de valorização profissional dos servidores, é um dos fatores que explicam a queda na qualidade dos serviços prestados à população. Está na origem, ainda, do conflito entre as polícias civil e militar na frente do palácio do governador, que agravou uma dupla crise: da segurança pública e da autoridade do governador.

Na segurança, por sinal, o governador deixou de investir R$ 580 milhões do previsto, sendo mais de R$ 70 milhões em inteligência policial. A incapacidade de aplicar o que estava disponível no orçamento estende-se à assistência social (menos R$ 70 milhões); à Habitação (- R$ 259 milhões); ao saneamento e energia (- R$ 224 milhões); nos transportes metropolitanos (- R$ 520 milhões).

Dado revelador das intenções do candidato: os investimentos em publicidade vêm num crescendo, tendo superado, nos últimos dois anos, tudo quanto se destinou, por exemplo, para o combate às enchentes.

A enumeração das falhas de planejamento e gestão é exaustiva, mas cabe apontar um último exemplo, também de 2008, que são os investimentos executados abaixo do previsto. Entre estes, os do Metrô, que, para um valor orçado de R$ 2 bilhões, teve liquidados pouco mais de R$ 1,3 bilhão. No caso da Sabesp, a relação foi de R$ 1,5 bi orçados para R$ 841 milhões executados.

Na contramão do governo Lula, o candidato em processo não tem concedido qualquer forma de compensação ao municípios para reporem as perdas de repasse de arrecadação do ICMS resultantes da queda relativa de receita dos primeiros meses do ano. Age da mesma forma em relação às universidades estaduais, a quem deixou de repassar pelo menos R$ 50 milhões no primeiro trimestre de 2009.

Que não se diga serem as contas publicadas pelo governo do Estado invenção dos adversários ou algum ardil do “kit PT” — chavão serrista para inculpar os outros pelas ações (ou omissões) do governador. Assim foi quando do choque entre as polícias; dos erros bisonhos e sucessivos das cartilhas da Secretaria da Educação; do desabamento com mortes da estação do Metrô e – mancha indelével para um ex-presidente da UNE – a invasão do campus da USP pela tropa de choque do governador.

Focado nas eleições de 2010, a despeito de dissimular seu intento, o candidato de sempre tem, pois, contra si um desastre administrativo em marcha e a débâcle de seu modelo de desenvolvimento, ancorado nas privatizações, na concentração de renda, na exclusão das maiorias sociais, no menosprezo aos funcionários públicos, no abandono das políticas sociais, no descaso para com a saúde, a educação e a segurança públicas.

Eis o currículo real de quem opera para tentar dar cabo de um ciclo de profundas mudanças políticas, econômicas, sociais, culturais iniciado no Brasil com a eleição do presidente Lula. Eis o verdadeiro perfil do pretenso candidato dos conservadores de ontem e de hoje. Trata-se, então, de decidir: ou avançar no projeto em curso com uma mulher de coragem ou retroceder com o delfim de FHC. A sorte está lançada.

(1)Tucano: ave predadora dos ranfatídeos ue costuma andar sempre em bando; tem voo curto e pula de galho em galho.
(2)Para ver relatório completo das Contas de 2008 e a nota técnica referente a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010, acesse o site da bancada, no endereço www.ptalesp.org.br.


(*) Rui Falcão é deputado estadual PT-SP
Fonte: Revista Teoria e Debate agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Legalize já!

"Se legalizassem essa plantinha e eles tivessem seu ponto de venda como existe o de cerveja e cachaça, não seria preciso usar armas, não é?"
(Betty Faria, defendendo a legalização da maconha)

Já existe até um sítio para registrar nossas inspiradas ideias!!! re, re, re...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Triste Espetáculo

Texto de Jeferson Malaguti Soares recebido por e-mail em 31 JUL 2009.

"Não sei até que profundidade deverá o governo se dispor a descer para que a consciência cívica deste país acorde...

Vinte deputados, sem nenhuma expressão maior no cenário nacional, comandados pelo presidente da República, enxovalharam a dignidade do Parlamento, vendendo, descabeladamente e sem nenhum pudor suas consciências em favor de benesses, cargos, verbas e quem sabe mais o quê?...

Toda a vergonhosa operação para derrotar a CPI foi comandada pelo próprio presidente da República, com o uso de verbas do orçamento e com a conivência de mais um punhado de subservientes asseclas do Planalto...

O presidente da República teme fortemente que sejam investigadas certas denúncias contra ele e seu governo. Ora, só um otário não perceberia nisso que há muita roupa suja guardada no Palácio do Planalto e que aqueles que argumentam contra a CPI estão mentindo levianamente para o país...

Os principais nomes sob suspeita e objeto de várias denúncias,aliam-se, com o apoio da falta de caráter de uma fatia inexpressiva do Congresso, impedem que investigações sejam feitas sobre falcatruas e desvarios das mais variadas naturezas. O que resta ao cidadão comum fazer, se os grandes não respeitam os mais elementares valores de honestidade?"...

Diário de Bordo

Esses são trechos do comentário de Geraldo Carozzi, na coluna "Diário de Bordo" do jornal O TEMPO. Para aqueles que acreditam estar ele tratando do Congresso atual e do Presidente Lula, lamento informar que estão redondamente enganados. A coluna foi publicada em 12 de Maio de 2001. Tratou da falta de caráter dos deputados que retiraram suas assinaturas do requerimento da CPI da Corrupção, que iria investigar os desmandos dos governos FHC, inclusive da venda ilegal da Vale do Rio Doce e dos desdouros praticados na Petrobrás. O acordo para se engavetar o pedido da CPI foi feito diretamente por FHC com o presidente do Senado da época, Jáder Barbalho, e o apoio nítido do senador ACM. Rolou muita grana e FHC literalmente baixou as calças para um monte de crápulas do Congresso Nacional. Ficou claro que ele e os congressistas eram farinha do mesmo saco.

A atual oposição ao governo Lula parece se esquecer que tem telhado de vidro.Inclusive, a tal CPI da Petrobrás que o PSDB e DEM montaram agora, vai desvendar todas as mazelas praticadas nos (des)governos FHC e será a pá de cal que faltava para enterrar a candidatura de Serra ou Aécio. O tiro vai sair pela culatra.

Quem tem memória curta, mesmo que por conveniência, come sapo por lebre.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Juiz manda liquidar fundo do Opportunity

Matéria do Jornal Valor Econômico, de 21 JUL 2009:


Na decisão em que acata a denúncia contra o banqueiro Daniel Dantas por crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de quadrilha e organização criminosa em outra ação judicial decorrente da Operação Satiagraha, o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, determinou a liquidação de um fundo de ações gerido pelo Opportunity . A ordem, inédita, foi dada ao administrador da carteira, o banco BNY Mellon, que assumiu a função em setembro do ano passado. O juiz deu 48 horas para o administrador liquidar o fundo Opportunity Special FIA e depositar o dinheiro na Caixa Econômica Federal.

O fundo tinha um patrimônio de R$ 951 milhões no dia 16 de julho e 23 cotistas. A carteira é aberta para investidores qualificados. A decisão surpreendeu advogados especialistas do mercado, que nunca viram a Justiça determinar a liquidação de um fundo de investimentos.

A carteira já estava bloqueada para saques ou aplicações desde o início de setembro de 2008. Na época, a justificativa do bloqueio era o fato de o Banco Opportunity ter transferido a administração da carteira para o BNY Mellon. O administrador é responsável por fiscalizar os atos do gestor como o cálculo das cotas ou o cumprimento das regras do fundo. O Special teria entre seus cotistas alguns sócios do Opportunity, entre eles Daniel Dantas, principal alvo da Operação Satiagraha.

Na decisão divulgada ontem, a Justiça diz que a liquidação do fundo se deve ao fato de a Procuradoria da República ter recebido relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), indicando a prática de operação suspeita de lavagem de dinheiro pelo fundo. Segundo o juiz, a medida é necessária "para preservar os interesses dos cotistas do fundo, alguns deles réus na ação".

Segundo comunicado do Ministério Público, uma vez que o fundo de investimento está bloqueado, as ações que o compõem não podem ser negociadas e estão sujeitas a depreciação. De setembro para cá, porém, o fundo quase dobrou de valor, passando de R$ 538 milhões para quase R$ 1 bilhão. A liquidação obrigará o administrador a vender todos as ações da carteira e o dinheiro será então depositado em uma conta judicial na Caixa, sujeito a correção. "Se os réus forem condenados, será determinado o perdimento dos valores. Se absolvidos, o valor será devolvido corrigido".

Além de Dantas, outras 13 pessoas estão arroladas na denúncia por suposto financiamento do chamado "valerioduto", esquema montado pelo empresário Marcos Valério e acatada ontem pela Justiça.

Segundo a Procuradoria, o financiamento teria ocorrido quando o grupo estava no comando da Brasil Telecom. Um dos inquéritos seria para aprofundar a participação de pessoas investigadas inicialmente e não denunciadas agora, como o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e Carlos Rodenburg (presidente do braço agropecuário do grupo). Outro iria apurar especificamente crimes financeiros na aquisição do controle acionário da BrT pela Oi. O terceiro investigaria evasões de divisas praticadas por cotistas brasileiros do Opportunity Fund, com sede nas Ilhas Cayman, no Caribe.

De acordo com a denúncia, o banqueiro, sua irmã, Verônica Dantas, e o presidente do Opportunity, Dório Ferman, teriam cometido fraudes no comando do Opportunity Fund e do banco, como a presença de cotistas brasileiros, quando a prática era proibida; desvio de recursos da Brasil Telecom para autofinanciamento do Opportunity; e utilização da Brasil Telecom para repassar recursos às agências de Marcos Valério, com as quais teriam sido firmados contratos superiores a R$ 50 milhões.

A Procuradoria ainda arrolou 20 testemunhas no caso, entre as quais o presidente da Santos-Brasil, Wady Jasmim, e o ex-ministro Mangabeira Unger, que foi consultor do Opportunity nos Estados Unidos.

Para o procurador da República Rodrigo De Grandis, as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, constataram que os denunciados constituíram "um verdadeiro grupo criminoso empresarial, cuja característica mais marcante fora transpor métodos empresariais para a perpetração de crimes, notadamente delitos contra o sistema financeiro, de corrupção ativa e de lavagem de recursos ilícitos".

Dantas foi preso durante a Satiagraha. Na ocasião, também foram presos o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Os três foram soltos depois. Eles são suspeitos de praticar os crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência para a obtenção de informações privilegiadas em operações financeiras.

O advogado Andrei Schmidt, que defende o Opportunity, disse que seus clientes ainda não foram citados do recebimento da denúncia. "Independentemente disso, negamos veementemente as imputações recebidas pelo juízo. Os fatos narrados ou não constituem crime ou estão baseados em provas fraudadas no âmbito da Operação Satiagraha", diz o advogado por meio de nota.

Também em nota, a BNY Mellon afirmou discordar veementemente do juiz e alertou que a medida vai trazer prejuízos para outros cotistas do Special que não estão envolvidos no processo. A liquidação, acrescenta, poderá ainda provocar desvalorização excessiva dos ativos, ampliando as perdas, "inclusive influenciando de maneira negativa todo o mercado". Segundo a BNY Mellon, a liquidação também estaria em desacordo com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determinam que ela tem de ser deliberada em assembleia pelos cotistas. (Com agências noticiosas)

Favelas nos EUA

Matéria do jornal Valor Econômico, de 21 JUL 2009:

Sem-teto fazem surgir favelas americanas



A recessão fez crescer o problema dos sem-teto nos EUA. Segundo dados do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, após anos de queda, o número de indivíduos sem teto ficou praticamente estagnado, enquanto o número de pessoas em famílias sem teto aumentou 9% no ano passado. Cerca de 1,6 milhão de americanos viviam em abrigos públicos ou casas precárias em 2008, um número praticamente igual ao do ano anterior. Entretanto, aumentou o número de famílias nessa situação - elas respondem agora por um terço desse número. ONGs denunciam que esse fenômeno pode tornar crônica a situação dessas famílias. Parte desses sem-teto vive em acampamentos com estrutura precária, algo parecido com as favelas no Brasil. Na foto, um agrupamento de sem-teto em Fresno, na Califórnia. O governo americano prometeu aplicar cerca de US$ 1,2 bilhão em programas de moradias baratas para evitar que favelas como essa de Fresno se alastrem.