Feras da Veja, IG e Gizmodo discutem transformação da imprensa (Foto: Felipe L. Gonçalves/247); 247 dá seu palpite
As dúvidas relativas às transformações do jornalismo foram discutidas em mesa com jornalistas e acadêmicos neste sábado, 11, na Campus Party Brasil 2012. “Existe jornalismo fora da redação?”, questionou o jornalista e blogueiro Tiago Dória, consultor do IG. Para a pesquisadora Raquel Recuero, existe, sim. Porém, o internauta brasileiro ainda não sabe direito como pode atuar como jornalista. “Se não está na Veja, na Globo, não é verdade [para o leitor]. Lá fora, os blogueiros são considerados referência e têm mais ação política”, compara.
Para o editor do site da Veja Rafael Sbarai, o modelo de negócios que vai emplacar no ambiente digital é o fechado. Ou seja, internautas vão pagar por conteúdo exclusivo. “Não sei até que ponto os jornais hoje estão publicando conteúdos que sejam interessantes a ponto de os usuários de internet pagarem”, ponderou Raquel Recuero, da Universidade Católica de Pelotas (RS).
O 247 defende que o futuro da informação, inclusive a jornalística, é gratuito. Por isso, os apps do nosso jornal para tablets e smartphones podem ser baixados de graça nos mercados da Apple e do Android. Todos são produtores de informação e podem atuar como jornalistas. É necessário, claro, atribuir fontes, citando os links da web onde se encontram as informações. É um processo-chave de cultura participativa e colaborativismo – marcas da Web 2.0, tão discutida na Campus Party Brasil 2012.
O editor-chefe do Gizmodo Brasil, um dos principais sites tech do País, acredita na fusão dos departamentos comercial e editorial nos empreendimentos digitais. Para Pedro Burgos, o fundamental é o site assumir uma posição. “É muito mais honesto se posicionar. Muitos leitores não estão acostumados com isso e reclamam que somos parciais. Nossa resposta é: ‘nós temos opinião, sim’”, conta.
Na avaliação do pesquisador Jorge Rocha, os jornalistas hoje são mais conservadores que o público. “A gente tá insistindo em um modelo falido de jornalismo”, opina o coordenador da pós-graduação em Mídias Digitais da PUC Minas.
O 247 busca se distanciar do modelo top-down, em que empresas de comunicação ditam o que é importante para o leitor. Apesar de transmitir o "basicão" do hard news, nosso jornal investe em uma proposta de relacionamento horizontal, em que leitores conversam com jornalistas – principalmente via redes sociais – em busca da definição do que realmente importa para virar notícia.
Fonte: Brasil 247, em 12/02/2012
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