Nascido em São Paulo começou a carreira ainda adolescente, como correspondente do jornal carioca Tribuna da Imprensa. Mais tarde mudou-se para a capital fluminense, mantendo-se na Tribuna como repórter, sob supervisão direta de Carlos Lacerda, dono do jornal e, posteriormente, seu padrinho de casamento.
No final da década de 1950 seguiu para o Jornal do Brasil, participando da reforma gráfica e editorial capitaneada por Amílcar de Castro entre 1957 e 1959. Passou por Manchete antes de retornar a São Paulo, no início dos anos 1970, para trabalhar em Veja.
Pouco depois foi contratado pela Realidade, onde ganhou um Prêmio Essopor reportagem sobre as tropas brasileiras na República Dominicana. Foi para Nova York como correspondente da Abril, voltando a São Paulo poucos anos depois, primeiro para O Estado de S. Paulo, e depois ao Jornal da Tarde, em sua fase áurea.
Jornalista inspirador
Em 1976, por indicação de Luiz Edgar de Andrade, foi trabalhar com Armando Nogueira e Alice-Maria Reiniger na TV Globo, assumindo como editor-chefe da emissora em São Paulo. Sua gestão foi marcante e colaborou para elevar a sucursal paulista ao nível de cabeça de rede. Trouxe do meio impresso repórteres como Chico Santa Rita, Eurico Andrade, Dante Matiussi, José Hamilton Ribeiro, Narciso Kalili, Paulo Patarra, Raul Bastos e Woyle Guimarães
Em 1980 foi responsável, ao lado de Humberto Pereira,pelo projeto do Globo Rural. Tornou-se editor-chefe do programa e transferiu-se para a TV Globo do Rio de Janeiro, onde permaneceu por dois anos. Depois capitaneou a Abril Vídeo, projeto televisivo da editora. Foi ainda diretor de programação da TV Cultura e coordenador de TV do PMDB; autor do livro Victor Civita: Uma Biografia (em coautoria com Marília Balbi);e de 20 Perfis e Uma Entrevista, coletânea de textos editada pela Siciliano em 1994.
Mercadante morava com uma filha num sítio nas proximidades de São Paulo. Sofria de Parkinson e teve um AVC há um mês. Na noite de segunda-feira (30/7) passou mal e chegou a ser socorrido, mas acabou falecendo, provavelmente por parada cardíaca. Seu corpo foi velado no Cemitério da Quarta Parada e cremado no Cemitério da Vila Alpina.
Luis Nassif, sobrinho de Mercadante, escreveu um belo artigo de despedida ao tio.
Sobre a morte dele, recebemos de Marcelo Bairão a seguinte mensagem:
“Para mim, antes de tudo, morreu o primo Luiz Fernando, filho da Tia
Olina, que mandava todos os meses para a casa da Tia Lourdinha (minha
mãe) exemplares da revista Realidade. Foi acompanhando seu
trabalho que resolvi um dia ser jornalista, assim como ocorreu com o
Luís Nassif, cuja Tia Zélia foi casada com o Merca”.
Fonte: Jornalistas & Cia, em 07/08/2012
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