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quinta-feira, 31 de maio de 2012

#Música R.I.P. Nelson Jacobina

O compositor, violonista e guitarrista que trabalhou a lado de José Mautner e na Orquestra imperial faleceu na manhã de hoje (31), perdendo a luta contra o câncer. O Terra Papagalli presta sua homenagem a esse grande compositor da música brasileira!!!


Jacobina já estava internado desde o dia 27, domingo, na UTI do hospital Pró-Cardíaco. Ele havia comentado com os familiares sobre uma falta de ar quando voltou de uma de suas viagens a trabalho, e quando chegou ao hospital já foi internado com o quadro de metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos).

Durante os dias que passou no hospital, o carioca ficou sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. Não é a primeira vez que o músico sofreu com o câncer: há 15 anos, descobriu que tinha o problema em uma glândula salivar, e depois da cirurgia foi considerado curado.

Nelson Jacobina e Jorge Mautner - Salto no Escuro

Infelizmente, há cerca de cinco anos o câncer voltou. Dessa vez, ao invés de ficar apenas nas glândulas salivares, ele se espalhou por todos os órgãos vitais, prejudicando especialmente o pulmão. Desde que o quadro do músico começou a se agravar, alguns amigos do músico se uniram à sua família para ajudar a arcar com as despesas dos remédios.

Nascido em 1954, montou a Banda Atômica, que acompanhou José Mautner, em meados da década de 1970, dando início a sua carreira. Jacobina ficou conhecido, principalmente, pela canção “Maracatu Atômico” (famosa nas vozes de Gilberto Gil e Chico Science & Nação Zumbi), em parceria com Mautner, mas a dupla também foi responsável por músicas como “Lágrimas Negras” (gravada por Gal Costa) e “Vapor Barato”, entre muitas outras.

Nelson Jacobina e Jorge Mautner - Maracatu Atômico (Musikaos, 1999)

Em 2000 entou para a Orquestra Imperial e chegou a gravar, há aproximadamente um mês, o segundo disco de estúdio do grupo, mesmo doente. Nelson Jacobina tinha 58 anos.


Repercussão

"Guerreiro", "militante", "mestre", "músico estelar", "gentil". Sobram adjetivos para amigos e músicos definirem Nelson Jacobina."O Nelson era um guerreiro e parceiro desde 1972, e não só de música. As músicas expressam a transformação, houve uma democratização por meio dos shows. Ele era um militante, um guerreiro. O trabalho dele não era só fazer música e show. Ele lutava pela cultura. Ele lutou pela inclusão de minorias, ecologia, há mais de 40 anos. Também era um ótimo arranjador", disse Jorge Mautner.

O compositor lembrou que o amigo, mesmo sentindo dores fortes, seguia fazendo show. "No palco elas desapareciam. Nosso último show juntos foi no sábado (dia 26 de maio). Ele queria tocar até mais no palco. Foi em Jacareí (SP)", contou.

Integrante da Orquestra Imperial desde o início dos anos 2000, Nelson Jacobina gravou o segundo disco de estúdio da banda, há um mês. Na próxima quarta-feira (6), será homenageado no primeiro show do grupo sem ele, no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

Jorge Mautner e Nelson Jacobina - Lágrimas Negras (TV Câmara, 2007)

"Vamos fazer na semana que vem o show de comemoração de 10 anos da Orquestra sem ele. Vai ser difícil sentir sua ausência depois de tanto tempo, mas tenho certeza de que será muito homenageado", disse Nina Becker, por e-mail, de Nova York. "Nelson era um mestre para todos nós. Uma pessoa linda e formidável. Além de músico estelar, autor de composições lindas, estava sempre transmitindo alegria. Muito culto, gentil, generoso", completou.

Outro companheiro da Orquestra, Berna Ceppas, também elogiou o amigo: “Gravamos duas super músicas compostas por ele (no álbum, que será lançado em agosto). Era uma pessoa muito especial, que vai fazer falta. O Nelson, com um toque de Midas, tinha habilidade de transformar a vida das pessoas com quem tinha contato. Era de uma gentileza que mudava os padrões das pessoas.”

Jorge Mautner e Nelson Jacobina - Samba Jambo (TV Câmara, 2007)

Uma de suas músicas mais conhecidas, “Maracatu atômico”, composta em 1972 com Jorge Mautner, fez muito sucesso nas versões de Gilberto Gil e de Chico Sciente com a Nação Zumbi, da qual Jorge du Peixe faz parte. “Essa música atravessou décadas chacolhando muita gente. É uma composição de peso, uma canção atualíssima. A letra mostra a visão bem futurista de Jorge Mautner e Nelson Jacobina", comentou, antes de lamentar. “É realmente triste a gente ver um compositor desse calibre indo embora. É uma grande perda pra música do país.”

Homenagens na internet

Nas redes sociais, fãs e artistas também lamentaram. No Twitter, Arnaldo Antunes postou o vídeo em que eles tocam “Manjar de reis” em um programa da MTV. O rapper Emicida o chamou de "mestre": “Triste manhã pra música brasileira, Nelson Jacobina faleceu. Descanse em paz mestre”, postou.

Jorge Mautner, Jards Macalé e Nelson Jacobina - Vapor Barato (Teatro Rival, 2011)

Textos extraídos dos sites Blogs Pop Música e G1.

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