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domingo, 6 de janeiro de 2013

#Literatura Izaías Almada e a "Sucursal do Inferno"

Igrejas que mercantilizam a fé; veículos de comunicação a exclusivo serviço de interesses econômicos e políticos; organismos policiais que mantêm um pé na barbárie; políticos que voltam às costas para o ideário que os elegeram atirando-se inescrupulosamente nos jogos de poder; corrupção, falcatruas, caixa dois, crimes variados, desmandos.



Não, Sucursal do Inferno, da Editora Prumo, não é um livro-reportagem. Contudo, os elementos que constroem a obra de Izaias Almada falam tanto de um Brasil atual que o autor achou conveniente alertar logo nas primeiras páginas: “Os fatos e os personagens apresentados são inteiramente ficcionais. Qualquer semelhança com a realidade brasileira contemporânea é pura e mera coincidência”.

Sucursal do Inferno é o quarto romance de Izaías Almada. Ator, diretor, dramaturgo e prosador, ele compôs este livro também repleto de tensão dramática e política, propondo uma espécie de thriller policial-jornalístico. O centro da história é a investigação sobre os líderes de uma grande seita pentecostal, suspeitos de desviar contribuições dos fiéis para contas milionárias em paraísos fiscais. Tanto a Polícia Federal quanto os repórteres de um grande jornal empreendem tal investigação, mas cada um deles com interesses bem diferentes por que, acima de todos, há uma eleição presidencial e o apoio econômico e eleitoral dessa igreja é fundamental para os concorrentes.

Até o desfecho da história, Sucursal do Inferno alinha traições, urdiduras e venalidade, onde não faltam desde as marcas indeléveis da ação dos torturadores do DOPS paulista até os crimes dos nossos tempos. Como resume Francisco Foot Hardman, na apresentação do livro, “os novos barões da fé – em deus Mamon – continuam a delivrar seus monstros. E Brasília lhes dá lastro e segredo. No caminho, tombam todos esses nossos pequenos sonhos de verdade”.

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