Cientistas britânicos desenvolveram uma maneira de usar o grafeno, o
material mais fino do mundo, para capturar e converter mais luz do que
era possível anteriormente, o que abre caminho a avanços na Internet de alta velocidade e outras formas ópticas de comunicação.
Em um estudo publicado pela revista Nature Communication, a
equipe, que inclui Andre Geim e Kostya Novoselov, cientistas premiados
com o Nobel no ano passado, descobriu que, ao combinar grafeno e
nanoestruturas metálicas, o volume de luz que o grafeno é capaz de
absorver e converter em energia elétrica aumentava em 20 vezes.
O grafeno é uma forma de carbono com espessura de apenas um átomo, e ainda assim 100 vezes mais forte que o aço.
- Muitas das maiores companhias de eletrônica estão considerando o
grafeno para sua próxima geração de aparelhos. Esse trabalho reforça as
chances do grafeno ainda mais – disse Novoselov, cientista russo que,
com Geim, conquistou em 2010 o Nobel de Física por suas pesquisas sobre o
grafeno.
Trabalhos anteriores tinham demonstrado que é possível gerar energia
elétrica ao instalar duas estruturas metálicas de entrelaçamento fino
sobre uma base de grafeno, e fazer com que todo o aparato receba luz,
convertendo-o na prática em uma célula solar simples.
Os pesquisadores explicaram que, devido à mobilidade e velocidade
especialmente elevada dos elétrons no grafeno, essas células produzidas
com o material podem atingir velocidades incrivelmente rápidas, dezenas
ou potencialmente centenas de vezes mais rápidas que as oferecidas pelos
cabos de Internet mais velozes hoje em uso.
O principal obstáculo a aplicações práticas até o momento vinha sendo
a baixa eficiência das células, segundo os pesquisadores. O problema é
que o grafeno absorve pouca luz -apenas cerca de três por cento; o
restante passa pelo material sem contribuir para a geração de energia.
Em uma colaboração entre as universidades de Manchester e Cambridge, a
equipe de Novoselov constatou que o problema poderia ser resolvido por
uma combinação entre grafeno e as minúsculas estruturas metálicas
conhecidas como nanoestruturas plasmônicas, dispostas em padrão especial
por sobre o grafeno.
Essa disposição permitiu que o desempenho de absorção de luz do
grafeno melhorasse em 20 vezes, sem sacrifício de velocidade, a equipe
afirmou no estudo. A eficiência pode ser ainda mais melhorada no futuro,
afirmaram.
Fonte: Correio do Brasil, em 30/08/2011
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