Procurando....

sábado, 29 de março de 2008

Tarantino's Mind

É até compreensível que o curta metragem Tarantino`s Mind continue pouco conhecido do público; afora as dificuldades de encontrar o vídeo em mídia, seu tom nada delicado e submundesco conferido pelos roteiristas/diretores "anônimos" que assinam sob o pseudônimo 300 Ml, as muitas referências (de Cecil B. DeMille à ESPM) que são metralhadas pela tela em menos de doze minutos e mais a temática meio de-fã-para-fã, deram-lhe um certo ar de filme para poucos. Vamos esquecer esse engano. Surpresa geral do Festival de Cinema do Rio em 2006, a produção da Republika Filmes, deixou atônitos até os críticos que só esperavam sair dali dizendo alguma coisa sobre o novo do De Palma (naqueles dias, eram as primeiras exibições de Dália Negra no Brasil); o ousado curta consegue se expandir de homenagem a um dos maiores cineastas contemporâneos, para uma sedução aos apaixonados por cinema - e não só aos admiradores do, dispensa-apresentações, Quentin Tarantino.


O curta se passa num bar de São Paulo e reúne, entre choppes, batatas fritas, palavrões, absurdos e pessoas que talvez sejam intelectuais, filósofos e jogadores de poker; nele, as duas improváveis figuras de Selton Mello e Seu Jorge, como dois cinéfilos, dialogam sobre a filmografia de Quentin Tarantino pretendendo revelar os pontos que amarram toda a obra do cineasta.

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Tendo em Seu Jorge um indecifrável interlocutor, Selton - para variar, genial - apresenta sua tese: jura ter descoberto um tal "código Tarantino" e se põe a enumerar as provas que evidenciam a ligação entre todos os filmes do autor, de Natural Born Killers, aos dois volumes de Kill Bill (Death Proof ainda não existia na época). Ou seja, QT teria forjado uma linha única que tornaria as suas histórias todas - e seus personagens - uma única e épica saga, cujas narrativas iriam muito além do que se vê.

Bem, mas não teria graça se não fôssemos extrair e comentar ponto-a ponto alguns dos argumentos levantados pelos dois moços no bar de Tarantino´s Mind. Vamos à eles, em ordem de aparecimento.

1. Para iniciar a linha investigativa, o personagem de Selton Mello revela (com o ar de teoria da conspiração, tônica do diálogo) que o aspirante à celebridade Jack Scagnetti de Natural Born Killers é o mesmo agente da condicional de Mr. Blonde no Reservoir Dogs. Contrargumenta o personagem de Seu Jorge: mas o nome dele não era Jack? Sim... Mas depois ele mudou. A coisa toda fica nublada diante de uma discussão sobre os italianos e os sérvios não conseguirem pronunciar nomes difíceis. Fato é que Michael Madsen, como Blonde, comenta sobre seu agente da condicional que, como o Jack, é também um Scagnetti

2. O melhor é segundo ponto: a maleta levada por Mr. Pink (Steve Busceni), após o massacre coletivo em Reservoir Dogs, é a mesma maleta misteriosa que John Travolta e Samuel L. Jackson resgatam e escoltam por todo Pulp Fiction. É realmente uma coincidência (ou não) interessante que o bando do primeiro filme tenha assaltado uma joalheria e que, ao ser aberta, a segunda maleta tenha aquele hipnótico brilho.

3. Ainda em Reservoir Dogs, é dito que o nome de Mr. Blonde é, na verdade Vic Veja. Ora, qual o nome que Mia Wallace mui sensualmente sussurra ao microfone para anunciar John Travolta como seu parceiro naquela antológica cena da dança? Vicent Vega. Para o roteiristas de Tarantino´s Mind é claro: eles são irmãos.

4. Mr. White, antes de integrar o grudo de bandidos de Reservoir Dogs, foi parceiro de Alabama, que casou com o Clarence no obscuro True Romance (aqui no Brasil, Amor à Queima Roupa)

5. A colombiana que dirige o táxi de Butch, em fuga após ter dado um golpe no gangster Marcellus Wallace de Pulp Fiction seria a mesma psicótica, doida por assassinatos em Curdled (no Brasil, Ele mata e nós limpamos, produção do Tarantino). Faz sentido, afinal, o que mais interessa a Esmeralda Villalobos enquanto dirige é a pergunta "qual a sensação de matar um homem?", que faz a Butch (Bruce Willis) assim, sem mais nem menos.

6. Num programa de TV em Curdled, aparece a foto dos irmãos Gecko de From Dust Till Dawn (Um drink no inferno), procurados no Texas.

7. Mia Wallace e A Noiva (Kiddo) são a mesma pessoa. Ela só trocaria de nome de acordo com o bandido que estivesse namorando. Antes fora Wallace e, depois, noiva do Bill. Ok, aí já pegaram pesado porque Mia era esposa e não noiva do Marcellus Wallace, fora que, após o doutrinamento com Pai Mei, A Noiva dificilmente iria se tornar viciada em cocaína. Há ainda problemas de cronologia com isso.

8. O xerife que investiga o massacre na capela de El Passo, Texas, em Kill Bill, é o mesmíssimo que os irmãos Gecko matam à tiros noFrom Dust Till Dawn. Mais engenhoso que isso, só observar que, após a revelação espiritual que teve em Pulp Fiction, o Jules (Samuek L. Jackson) foi tornar-se pianista nessa mesma igrejinha...

FONTE: BLOG OBVIOUS - http://blog.uncovering.org/




terça-feira, 25 de março de 2008

Fúria São Paulina

Pode falar o que quiser...
Mas tá comprovada a fama São-Paulina.


quarta-feira, 12 de março de 2008

Portal cria comunidade para comprar time de futebol

Pode parecer videogame, mas não é. Agora o fã de futebol tem a chance de se tornar dirigente e comandar um time de verdade. Baseado em uma comunidade inglesa – MyFootballClub –, acaba de ser criado o portal MTDF (Meu Time de Futebol), que pretende comprar uma equipe e definir o destino do clube a partir do voto de todos os seus membros.

O MTDF é um site com o objetivo de agregar milhares de pessoas e cada um pagará uma pequena anuidade que, somada às cotas de alguns patrocinadores, dará o montante para assumir o controle de um time através do processo de clube-empresa. O objetivo dos criadores é adquirir uma equipe da Série B do futebol brasileiro no segundo semestre para disputar o Campeonato Brasileiro já em 2009. Até lá, o portal quer juntar os membros e conquistar os patrocinadores.

Na versão inglesa do projeto, os sócios têm de pagar uma taxa de 35 libras esterlinas (cerca de R$ 140,00). Após uma votação na internet, o time escolhido para ser comprado pelos sócios foi o Ebbsfleet United FC, atualmente na quinta divisão do futebol inglês. A equipe foi adquirida pelo grupo de 27 mil sócios em dezembro.

No Brasil, o projeto é conduzido pelo administrador de empresas Vicente Di Cunto, a advogada Tatiana Agopian, os empresários Eric Mifune e Paulo Costa e pelo economista Silvio Vartan.

“Logo no início do projeto MyFootballClub, idealizado na Inglaterra, ficamos extremamente empolgados com o conceito e decidimos fazer o mesmo no Brasil, com uma motivação de criar algo diferente, mais claro e mais participativo para todos os apaixonados pelo esporte”, disse Vicente Di Cunto.

O dinheiro arrecadado pelo projeto será investido no time de futebol e as pessoas que aderirem ao MTDF terão uma condição privilegiada. Eles participarão das decisões de todas as esferas do time, desde a compra e venda de jogadores, passando pela escolha dos dirigentes e técnicos, chegando à escalação para as partidas, tudo em votações feitas pelo site.

“Um dos conceitos mais importantes é que todos os membros terão um objetivo único e comum ao entrar e tomar as decisões, que é o sucesso do time. Assim, não haverá segundas intenções dos membros em ganhar dinheiro, algo que poderia desvirtuar o princípio do projeto”, explicou Vicente.

Numa primeira fase, o site pretende conseguir 50 mil cadastrados gratuitamente. Após atingir esse objetivo, essas pessoas serão convidadas a tornarem-se membros, através do pagamento de uma anuidade de R$ 78,90 cada um. O dinheiro só será arrecadado quando for alcançado um número mínimo de associados, que permitirá viabilizar o projeto. Se mesmo após a arrecadação do dinheiro não ocorrer a negociação do time, os associados serão ressarcidos.

Para um time concorrer à possibilidade de ser administrado pelo MTDF, alguns critérios precisam ser respeitados: o time poder se transformar em clube-empresa; ter pouca ou nenhuma dívida; ter potencial para atingir, em médio prazo, a Série A do Campeonato Brasileiro; e estar disposto a aceitar o modelo de administração do MTDF.

Para conhecer todos os detalhes, basta entrar no www.mtdf.com.br e se cadastrar gratuitamente. Além disso, o usuário poderá participar de enquetes e discussões amplas sobre o futebol.

Mais informações www.mtdf.com.br.

domingo, 9 de março de 2008

Porta Curtas exibe “A Perna Cabiluda”

Nos anos 70, em Recife, um personagem habitou o imaginário popular por um bom tempo: uma perna "cabiluda" que atacava as pessoas, destruía lares, estuprava mulheres, deixando a cidade de Recife em pânico. Ao analisar a lenda, uma das lendas urbanas mais populares do Recife, o documentário acerta na leveza narrativa e deboche necessários para informar e divertir.

O filme tem 19 minutos e foi produzido em 1997 por Beto Normal, Marcelo Gomes, João Júnior, Gil Vicente – a mesma equipe de Cinema, Aspirinas e Urubus – e conta com a participação de Regina Case, Fred 04 e de Chico Science. Chico citou a aberração peluda na música “Banditismo Por Uma Questão de Classe”, do álbum Da Lama Ao Caos.

Veja aqui o vídeo: http://www.portacurtas.com.br/filme.asp?cod=3600&exib=4479.

Curta “Feitiço da Vila” pode ser assistido no YouTube

O curta-metragem "Feitiço da Vila" tem pouco mais de 5 minutos e foi dirigido por Robson de Oliveira, em novembro de 2004. Desde 2006 está disponível no YouTube para quem quiser assistir (clique no player e veja agora mesmo). A produção é do Canal Futura.
Faz um panorama rápido desde janeiro de 1872, quando nasce oficialmente o bairro. A Corte mantinha uma fazenda com escravos na região, a Fazenda dos Macacos, mas surge lá boa parte da resistência negra.
A Vila Isabel foi palco de diversos movimentos abolicionistas, confirmando desde o começo a tradição de luta por justiça social. Enquanto outros bairros mantêm hoje muitos generais e senhores de terra nos nomes de ruas, a Vila possui uma grande quantidade de abolicionistas homenageados (Visconde de Abaeté, Souza Franco, Torres Homem, Hipólito da Costa, Luis Barbosa, entre outros).
Braguinha, Nei Lopes, Pixinguinha, Noel Rosa e Martinho da Vila são alguns dos craques da poesia que já passaram e ainda passam pelo bairro. Noel, claro, é o mais lembrado. E não é à toa. Nasceu, viveu e morreu aqui, sempre na mesma casa, por 26 anos.
"Feitiço da Vila", nome emprestado ao curta, é um dos melhores sambas de todos os tempos. A emoção que dá ao ouvir "Sol, pelo o amor de Deus não venha agora, que as morenas vão logo embora" é indescritível. Como na letra, São Paulo dá café, Minas dá leite e Vila Isabel dá samba.